Deste a volta outra vez?

As obras lá por casa finalmente começaram.

Queremos que a nossa casinha esteja o mais acolhedora possível para te receber e por esse motivo começámos a pressionar o vizinho e a seguradora para começarmos a tratar dos problemas de infiltração e por conseguinte das paredes manchadas no hall, corredor e wc do quarto. Assim, o pai ficou na segunda em casa e foram lá uns senhores tratar das nossas paredes. Por causa do cheiro da tinta, tive que dormir na casa dos avós, foi uma sensação estranha… Apesar de aquela ter sido a minha casa por mais de 10 anos não a sentia como tal e ainda por cima dormi sem o papá.

Pensava que não tivesse dormido bem essa noite por ter estranhado a cama, mas a noite passada já dormi na minha cama e continuei a não dormir bem e não sei explicar porquê. Tem a ver com a posição das pernas, acho eu… e com o calor, ou então és tu que estás às voltinhas.

Ontem fiquei triste à noite, parece-me que voltaste a dar a volta. Os movimentos que antes sentia acima do umbigo, especialmente nos lados, comecei a sentir no “pé da barriga” e não paravas sossegada, fazias uma pressão tão grande na minha bexiga! Comecei logo a pensar que tinhas dado a volta e que já não ias voltar à outra posição e que por isso tinha que me mentalizar em fazer cesariana. É claro que isto é sofrer por antecedência, que para a semana já te vou ver e confirmar em que posição estás, e até que é possível dares mais umas voltas até ao final da gestação, mas o que é facto é que as minhas hormonas estão aos saltos, tenho andado com a neura e começo já a pensar no fim destes nove meses. Por isso, falar é fácil… mas pensar em como vou ter que lidar com o parto, se faltam poucas semanas, cerca de um mês, ou se me vais causar o sofrimento de ter que ultrapassar as 40 semanas, tudo isto mexe muito comigo e com a minha disposição.

Apesar do incómodo, agradeço-te pelo facto de não parares sossegada. Prefiro assim, como sabes.

Baby, agora sim… cada dia é uma alegria! Com tantos movimentos, voltas e pontapés!

Desde o inicio da semana passada que é normal sentir-te a todas as horas e não é preciso colocar a mão em cima da barriga, basta olhar para ver os teus movimentos ora bruscos, ora suaves. Estás neste momento a movimentar qualquer coisa, aqui logo abaixo das minhas costelas (às vezes até custa a respirar). Isto tem sido uma constante, é por isso que me sinto melhor deitada. Ontem lavei finalmente a tua roupa de tamanho 0-1, portanto a partir de agora já me sinto descansada caso decidas aparecer mais cedo. Eu prefiro que fiques mais umas semanas para criares defesas e engordares, aliás espero ver-te já na próxima semana na ecografia das 32 semanas e ouvir o que o médico tem para dizer de ti e da tua evolução. Acho que o pai tem andado mais nervoso, provavelmente porque como nasceu de 7 meses tem receio que esteja pra breve a tua chegada aos nossos braços.

 

Tenho que te agradecer pelas maravilhosas noites que me continuas a dar, não acordo com os teus movimentos e penso até que temos os nossos sonos coordenados. Tens sido uma companhia fantástica e gosto cada vez mais de ti. Não sei as outras mães costumam imaginar as caras dos filhos, mas confesso que não penso muito nisso. Às vezes em conversa com amigos falo de como gostaria que fosse o cabelo (em muita quantidade), o tom de pele (morena please!), a cor dos olhos (azul ou cor de mel como os do pai), ou até mesmo se vais ser pequenina e magrinha (gordinha, gordinha!), mas de facto quando estou sozinha não penso muito nisso, nem te imagino de uma determinada forma. Passo mais tempo a imaginar como vai ser magnifico o teu cheiro a bebé e como vou ser feliz cada vez que te abraçar. Passo mais tempo a pensar na tua saúde e a desejar que o dia D seja bom para ambas, que tudo corra bem connosco, que nasças cheia de saúde. 

 

A mãe está a ficar uma lingrinhas… (a mãe sempre foi um pouco lamechas, mas agora… por Dios, está insuportável).

3/4 de ti!

Já passaram quase 30 semanas e o cansaço físico tomou conta de mim.

A boa disposição (humor) já lá vai… ou pelo menos nos últimos dias não me tem visitado e sinto que ando a percorrer meias-maratonas todos os dias. A respiração está “pesada”, passo o tempo a suspirar e a pensar em ti. Confesso. Estou ansiosa.

 

Começo a ficar preocupada com uma série de detalhes do teu nascimento e apesar de ainda não pensar muito no parto, penso que o que mais desejo é que nasças cheia de saúde. E digo isto com muita convicção como se das outras vezes que o tivesse dito não o tivesse levado tanto a sério. Sinto-me egoísta em relação ao mundo que me rodeia e não me preocupam tanto os problemas dos outros, nem do trabalho, e por isso parece que não me conheço.

 

Ontem fui ao mercadito da Carlota e vi roupas e acessórios lindos para ti. Apetecia-me levar tudo! Tinha tudo a ver com o que gosto para ti: folhos, rendas e padrões de bolinhas. Ainda não comprei muita roupa, porque tenho colocado um travão à minha febre de fazer compras para ti e porque quero ver-te primeiro, quero sentir o cheirinho da tua pele e ver as dobras dos teus braços e pernocas F. Imagino-te rechonchuda, cabeluda e calminha. Vamos ver se não me trocas as voltas.

A madrinha S. comprou-te uns sapatinhos na Zara Home lindos! E eu que agora estou armada em dona de casa costureira fiz o teu primeiro sapatinho de crochet J

 

Em relação ao meu corpo e peso, apesar de ontem ter entrado pela primeira vez em contacto com a década de 60 da minha balança, (sim, já estamos juntas há 7 kg) toda a gente diz que estou exatamente na mesma tirando a barriga e o meu espelho também me indica isso, por isso acho que devo estar satisfeita.

O início da reta final

F. estás neste momento a dar-me pontapés (presumo eu) do lado direito e eu nem preciso por a mão sobre a barriga para sentir, porque se consegue ver. Tem sido cada vez mais interessante estar contigo e conhecer-te com estas pequenas coisas. Esta última semana (28ª) foi até agora a mais interessante no que diz respeito aos teus movimentos.

Sinto-me pela primeira vez na reta final… apesar de continuar a achar que o tempo nunca mais passa. Começo a não conhecer-me, a pensar em coisas que ainda não tinha pensado, a ponderar ficar a trabalhar até ao último dia da gravidez ou dedicar-me inteiramente a ti uns dias ou semanas antes. Quase como se mostrasse fraqueza da minha parte, quase como se estivesse a sentir-me frágil por te carregar todos os dias para o stress do meu mundo polivalente de trabalho.

Continuas com os mesmos pontapés… será da pastilha de canela “fire” que estou a comer?

Não te quero mesmo prejudicar com a teimosia de querer trabalhar até ao fim da gravidez, mas temo que no fundo a minha vontade seja a de continuar a trabalhar todos os dias, ainda que com um ritmo mais lento, quer seja porque gosto do meu trabalho e ele faz parte de mim, quer seja pela pressão social que tenho de o fazer, quer seja porque não quero estar a contar os minutos para te ver e quero estar distraída para que o tempo voe.

Este sábado comprei-te um body muito flamenquito, muito ao meu gosto. A avó insistiu que devia comprar-te a medida acima do que eu queria, porque serias uma bébé grande e gordinha. Gosto tanto daquela roupinha que ainda não me consegui abstrair do triste pensamento que é: se te ficar grande não vais chegar a vestir porque depois começa o Inverno. Também é bom pensar em futilidades como esta.

A nossa F.

Ao que parece o pai e mãe já chegaram a um consenso em relação ao nome e serás a nossa Francisca.

Falamos de ti muy a menudo e gostamos de pensar que vais ser parecida connosco e que terás o melhor de nós.

Quanto aos meus sintomas de mamã de 6 meses, devo confessar-te que sinto-me cada vez mais cansada, especialmente quando percorro uma distância grande ou subo escadas, mas tenho dormido muito bem. É curioso pensar que me tens adormecido nas últimas semanas e que daqui a uns (poucos) meses serei eu a adormecer-te. Gosto de adormecer com a mão na barriga  e sentir-te já bem grande às voltas dentro de mim.

Desconfio que tenhas dado a volta porque sinto movimento acima e ao lado do umbigo e penso que devem ser os teus pés, no entanto, só no inicio de Abril vou confirmar se de facto já deste a volta.

Ainda não comecei a pensar no grande dia, nem quero pensar muito nisso pela ansiedade e pela preocupação que me podem causar. Vai correr bem, tenho a certeza... e daqui a menos de 3 meses já vais estar nos meus braços.