terça-feira, 31 de março de 2015

Dia 9 - Chinatown, Little Italy, a chuva e a Grand Central

Sabia que mais tarde ou mais cedo iríamos ter o azar de nos cruzarmos com a chuva em Nova Iorque. Convenhamos que a questão de nos abrigarmos da chuva ou passear de chapéu na mão até pode ser fácil, mas com um carrinho de bebé é uma difícil tarefa (para não dizer que é impossível).

Fomos de Queens até à estação de metro Broadway-Lafayette para descermos a Lafayette street até à famosa Canal street. O objetivo era passear no coração dos bairros de Chinatown e Little Italy. 
Little Italy

No final da Mulberry street esperava-nos o Columbus Park e um parque infantil à tua espera, com poucas crianças, com todos os baloiços e escorregas disponíveis para receber a tua alegria. À nossa volta só havia chineses, a passear no jardim, a jogar dominó, no recreio de um colégio próximo ao parque, etc.
Chinatown

De seguida fomos comer uma pizza à pizzaria mais famosa de Nova Iorque, onde dizem que existe a melhor pizza do mundo, a Lombardi's Pizza. Era boa. Não era a melhor que já comemos, era talvez a melhor que já comeste, o que achas? O pai e a mãe já estiveram em Nápoles, depois voltamos lá contigo, o que dizes?


Já estávamos na última fatia de pizza quando olhámos lá para fora e reparámos que tinha começado a chover, tentámos tapar-te (contra a tua vontade) com uma manta e fomos apanhar o metro na Spring street até à Grand Central, até a chuva passar iríamos ficar por ali.

Quando chegámos a uma das estações de comboio mais movimentadas do mundo já dormias, aproveitámos para tirar fotos, apreciar a estação e visitar a loja da Apple. Não estávamos preparados para a birra que se seguiu, dei-te uma banana que tínhamos comprado algures num Starbucks e quando a terminaste começaste uma enorme birra.
Grand Central Terminal

A chuva teimava em não passar e só piorava de intensidade e por isso fomos refugiar-nos na Macy's. Era o nosso último dia completo na cidade que nunca dorme e não queríamos regressar para o hotel, por isso arrancámos debaixo de chuva para Times Square e fomos fazendo pausas nas lojas de brinquedos Toys'R'Us e Disney.

As nossas noites no hotel são cada vez mais divertidas, assim que chegas à nossa enorme cama começas a cantar e a conversar muito connosco. Começaste há pouco a ver um video do Patinho Feio e gostas muito dessa história. Comentas sempre connosco que o patinho tá a "Choái" (chorar) porque não sabe da mamã.

Temos mesmo que ir embora amanhã? :(

segunda-feira, 30 de março de 2015

Dia 8 - High Line Park, SoHo e Brooklyn

Um dia de hoje tinha dois objetivos claros, o High Line Park e a ponte de Brooklyn.

Para irmos até ao High Line Park íamos experimentar já a rota de metro que nos levaria no dia 1 até ao aeroporto sem trocas de metro. O objetivo era sair junto da Macys e verificar o trajeto a pé até à Penn Station, o que digamos era uma distância mínima que nos ia poupar muitas dores de cabeça no nosso último dia em NYC e que nos iria ajudar a gerir melhor o tempo.


Assim que chegámos ao High Line Park começaste a fazer a tua melhor birra, porque o iogurte que estavas a comer acabou e querias comer mais e por isso resolveste rebolar no chão aos berros para chamar a nossa atenção e de todos aqueles que passavam por nós. Tentámos várias técnicas até que me lembrei de te imitar e começar a fingir que estava triste e a chorar porque a minha filha fazia muitas birras. Quando dei por mim ficaste calada a observar-me e no minuto a seguir começaste a chorar porque eu estava a chorar e esqueceste-te do motivo da birra. Abracei-te e adormeceste nos cinco minutos seguintes.

High Line Park e W 15th Street

Depois continuámos até ao final do High Line Park, um jardim elevado no meio da cidade, até ao Chelsea Market. Não quisemos almoçar por lá porque estavas a dormir há pouco tempo e decidimos continuar pelo SoHo em direção a Tribeca. Queríamos visitar o bairro da Carrie da série que a mãe tanto gosta "Sex and the City" e acabámos por almoçar por lá, num restaurante muito bonito e calma, que fica na rua da casa da Carrie - na Perry Street. Acordaste quando nos sentámos à mesa e comeste connosco uma lasanha e uma massa.

No meio da Ponte de Brooklyn

Ponte de Brooklyn <3

Atravessámos depois Tribeca em direção ao City Hall e à ponte de Brooklyn, que nos supreendeu porque era ainda mais bonita e emblemática do que aquilo que imaginávamos. Tirámos dezenas de fotos enquanto acumulávamos uns 15 Km nas pernas.

Tu a brincares com o papá no escorrega.

Quando chegámos ao parque infantil de Brooklyn Heights já quase não tínhamos energias. Tirando tu, claro, que parecias estar mais feliz que nunca naqueles baloiços com vista para a zona financeira de NYC. Podia estar ali toda a tarde. Imaginei-me a viver ali e a ir contigo até aos baloiços todos os dias. Ter a estátua da liberdade, o One World e a ponte de Brooklyn como pano de fundo ainda hoje me parece um sonho.  
Brooklyn Heights Playground

Já te disse que Nova Iorque é uma cidade absolutamente maravilhosa?

Depois de Brooklyn fomos até até à zona da Washington Square e jantámos num tailandês.


domingo, 29 de março de 2015

Dia 7 - Top of the Rock, Ferry e Central Park

O dia de hoje estava destinado à viagem no Ferry de Staten Island pela manhã e ao Top of the Rock na hora do lusco-fusco, porque a chuva ameaçava aparecer a partir de amanhã, segunda-feira.

Felizmente enganámo-nos no metro para ir até à estação do Ferry (que dizer a cor da linha estava certa, amarelo, mas não era aquele metro... a esta altura ainda não dominava o esquema do subway), e atravessámos o East River pela Manhattan Bridge e pude ver pela primeira vez a ponte de Brooklyn, um dos monumentos que a mamã mais queria conhecer. Chegámos a Brooklyn e voltámos para trás para a estação de South Ferry. 



O Ferry é gratuito, ou seja, a oportunidade de atravessar o rio e ver a moldura de Manhattan e a famosa Estátua da Liberdade não nos custou absolutamente nada. Na viagem para Staten Island fomos na varanda do primeiro andar do barco para tirarmos umas fotos e na viagem de regresso a varanda da parte da frente vinha fechada e por isso viemos de lado, no lado da Estátua da Liberdade, que digamos.. desilude um pouco, porque no nosso imaginário é bem maior. Ainda assim é bonita. Tu não a viste, estavas mais preocupada em comer o teu iogurte e andar pelo barco para trás e para a frente.


Liberty Island, vista do Ferry de Staten Island.

Chegámos a Manhattan e fomos ao Battery Park para andares de escorrega e baloiços, estavas com o mesmo nível de entusiasmo que a mãe ao fazer a viagem de barco. Pensámos em almoçar ali por perto e o que é que nos apareceu à frente? Un Au Bon Pain, pois claro! Lá fomos nós para a nossa terceira visita à cadeia americana de cake bakery, mas com muitas sopinhas, wraps e saladas.
Depois seguimos junto ao East River, apreciando a vista sobre Brooklyn, e virámos para o Imagination Playground, mais um parque infantil. Seguimos então para a famosa Wall Street e virámos na Trinity Church para os memoriais do 11/09. Nunca é fácil estar num local onde se viveu uma tragédia tão grande, ainda para mais quando os monumentos construídos são buracos negros, com os nomes das vítimas gravados. 



Resta-nos apreciar a beleza do One World Trade Centre, o mais recente arranha-céus de NYC, o maior dos EUA e o 4.º maior do mundo.
{Espero que os momentos históricos aos quais possas assitir ao longo da tua vida sejam positivos e com repercussões completamente contrárias àquelas que o 11/09 nos trouxe. Um dia vou falar contigo sobre o momento em que a mãe assistiu ao embate na segunda torre gémea em direto. Naquele dia a mãe apesar de já ter quase 18 anos não se apercebeu que aquilo não era só um atentado terrorista (provavelmente ninguém se apercebeu do que se iria seguir). Não sabia que o mundo ia mudar tanto depois daquele dia de 2001. Um dia falaremos disso.}


One World Trade Center
Autalmente o edifício mais alto dos EUA.

Parámos depois no Whole Foods Market de Tribeca, o melhor supermercado de alimentação que alguma vez vimos. Tudo tinha bom aspeto! O pai decidiu comer um croissant e a mãe um donuts de café com leite. Claro que tu quiseste comer um pouco de ambos. E que utilizámos esse facto para te aguentar um pouco mais no carrinho, enquanto passeámos: " Francisca fica lá no carrinho, que a mamã dá-te mais um bocadinho de bolo".

Apanhámos a linha vermelha e saímos na 72 St. em pleno UWS -Upper West Side. Sem saber, entrámos no Central Park junto do famoso Strawberry Fields, um tributo a John Lenon, onde toda a gente se atropelava só para conseguir uma foto no centro do símbolo que estava desenhado no chão em mosaico. Começámos então à procura dos esquilos, e vimos tantos, tantos esquilos! Pediste à mamã para lhes dar bolachinhas e já nem querias comer bolachas durante o dia, só para depois podemos dar aos esquilos. Rias tanto para os esquilos! E adoravas os cavalinhos que se cruzavam connosco.


O teu amigo esquilo, que quase se confunde com as folhas secas no chão do Central Park

Ainda faltavam quase duas horas para a hora que tinhamos marco no Top of the Rock, mas decidimos ir andando até lá. Chegámos mais cedo e como não podíamos subir até às 18h40 demos-te um iogurte e esperámos dentro do Rockfeller.
Não tiveste nenhuma noção do impacto que é estar no "topo do mundo", mas garanto-te que é lindo! Que mereces voltar a este local mais velha, para apreciares a beleza que esta cidade nos oferece. É maravilhoso ver o Central Park aqui de cima, pensava a mãe. E o Empire?! À medida que o sol se punha ia ficando mais bonito, colorido. Era praticamente impossível tirar uma boa foto, face à quantidade de pessoas que estavam "abancadas" nos 3 pisos superiores em frente a downtown. Mas ficou gravado na nossa memória. 


Ficou também gravado na nossa memória o momento (depois de alguma resmunguice tua, que querias sair a todo o custo do carrinho no meio da multidão) em que tu dizes "Mãe cócó" e a mãe embevecida com aquela paisagem não te ouve e o pai diz-me que tens cócó e eu pergunto-lhe "E agora que fazemos? Não temos bacio!". O pai corrigiu-me "Ela já fez!".

E foi assim que ali, no topo do mundo, tu resolveste fazer um grande cócó na fralda. (coisa que já não fazias há muitos meses)



Trocamos-te, contemplámos mais umas vezes aquela vista e tu acabaste por adormecer enquanto procuravamos um sítio para jantar. Ao que parece muitos dos restaurantes daquela zona fecham cedo ao domingo e os que não fecham ou são verdadeiros atentados à carteira ou estavam cheios. Lembrámo-nos da Pazteria! É claro que queríamos repetir aquelas magnificas fatias de pizza. Depois de quase acordares em Times Square para te voltares a assustar com o Mickey, adormeceste nos meus braços e foi assim que te levei até à Patzeria. Num braço tinha os teus treze quilos, no outro uma maravilhosa fatia de pizza com queijo de cabra e espinafres. 

sábado, 28 de março de 2015

Dia 6 - At last... New York City!

O sábado é sempre um bom dia da semana, mas um sábado em Nova Iorque é... E-S-P-E-T-A-C-U-L-A-R!
Independentemente de ter que andar de gorro e de estarmos a enfrentar um frio que tu nunca tinhas conhecido, tudo parece mágico nesta cidade.


Agora à distância deste dia, recordo perfeitamente os meus pensamentos e sensações assim que saímos da estação de metro do Rockefeller. Para a mãe Rockefeller era sempre sinónimo de pista de gelo e árvore de natal gigante, nesta altura do ano, nem uma coisa nem outra... mas a magia estava lá. Vimo-nos rodeados por prédios muito altos, arranha-céus como nunca tinhamos visto na vida. E rapidamente o vimos, pela primeira vez... o Empire estava ali! Não estava num filme, nem numa série, ou num Instagram de uma blogger qualquer, estava ali ao pé de nós!
Tu sabias que a mãe estava feliz, não conseguias era perceber porquê.

Fomos até à 5th Av. (já que era para ir descendo ao menos que fosse pela avenida mais famosa do mundo!) e começámos a andar em direção a downtown. Queríamos ir até à Herald Square e depois percorrer a Broadway até lá abaixo. Almoçámos na Macys para aquecer um pouco e até gozámos com a situação porque acabámos por repetir outra vez uma refeição na cadeia Au Bon Pain: sopa, wraps, saladas e parfaits ou fruta.



Passeámos junto do Flatiron Building, o meu edifício favorito! De lado parece ser tão fininho como uma folha de papel e é lindo, lindo! 


E continuámos pela 5th Av. sempre a passear até à Washington Square, por esta altura já dormias e nem te apercebeste que estávamos a passar junto dum parque infantil e de esquilos!! A praça tinha um arco, tipo arco do triunfo e estava cheia de pessoas e crianças a brincar. Mas nem os gritos das crianças te faziam acordar. Digamos que estar em negociações toda a manhã connosco, ora porque queres andar a pé sozinha, ora porque queres colo, ora porque não te apetece entrar dentro de lojas, deixava-nos aos três de rastos e tu de barriga cheia pegaste logo no sono assim que começámos a andar em direção ao Flatiron. Depois da Washington Square voltámos à Broadway que é uma rua diagonal que atravessa várias ruas, ao contrário das outras que são, na sua maioria, geometricamente paralelas e perpendiculares. A rua estava cheia de pessoas em ambas as direções e foi já bem perto de Chinatown, na famosa Canal Street que deixámos de andar para baixo e resolvemos apanhar o metro até ao Central Park.

Resolvemos ir até à famosa loja de brinquedos - FAO Schwarz - e não sei porquê mas acho que estava mais entusiasmada do que tu. A loja era tudo aquilo que as crianças podem desejar (e alguns graúdos também). Tinha animais de peluche de vários tamanhos, alguns quase de tamanho real (e de preço exorbitante!), as personagens de todos os filmes da Disney, Pixar, etc. jogos, gomas e muitos legos. Tu apontavas para todos os peluches gigantes e dizias: "Mãe...efanti!!" (elefante), "olhó uxinho!" (ursinho), "Fiáfa!!" (girafa), estavas tão feliz. E eu também. Quando vi o Zoltar e o piano gigante imaginei-me dentro do filme Big. Tens que ver este filme um dia, vais achar um bocado deprimente, não estejas à espera de uma qualidade ultra HD que no meu tempo não havia disso :)


O Central Park é também ele mágico. Acredito que num dia de sol seja mais especial, mas nem o frio lhe conseguia tirar a magia. Ali parecia que fazia ainda mais frio.
Para ti o Central Park significava ver patos, cavalos e esquilos e tenho a certeza que se alguma coisa ficou na tua memória da viagem até aos EUA foram os momentos que passámos nos parques. Ainda consigo ouvir o suspirar de espanto ao vê-los e derreto-me com isso.



Jantámos numa Meltshop junto a Times Square e depois de um passeio pelo centro do mundo, voltámos a "casa".

sexta-feira, 27 de março de 2015

Dia 5 - A viagem para New York City!

A nossa ideia inicial era ir diretamente para o Hotel em Queens, deixar lá as malas e depois entregar o carro junto ao aeroporto de Newark regressando para New York já sem malas. No entanto, após alguma pesquisa decidimos que não valia a pena enfrentar duas vezes o trânsito de NYC, pagar portagens e correr o risco de não entregar o carro a tempo e resolvemos ser muito corajosos. 
Francisquinha, já viste a sorte que tens? Os pais são completamente malucos e vão arriscar levar-te a ti, malas, sacos e casacos do aeroporto de Newark até Queens, enfrentando um AirTrain, alguns elevadores, um comboio, metros com mudança de linha, etc. ahn? o que me dizes a este nível de loucura?!

Saímos cedo de Pimmit Hills, despedimo-nos da Janet que estava à porta de casa. Parámos ainda numa estação de serviço no estado de Maryland para tomar um café e dar-te um iogurte e uma banana e seguimos em direção a Newark. Chegámos por volta das 15h30 à Rent-a-car e deixámos o nosso querido carro. Fomos até ao Terminal A do aeroporto comer uma sandes e depois organizámos as malas e malinhas e pedimos-te para ires sossegadinha no teu carrinho até NYC. O primeiro passo era apanhar o AirTrain até à plataforma de comboio que nos levava de Newark à Penn Station em Manhattan. A viagem de comboio durou cerca de 30m e para que estivesses calma levava o tablet com o Ruca na minha mão. Depois de estudar o mapa de metro, achámos que devíamos trocar duas vezes de linha até chegar à nossa estação Queensbridge. O metro de NYC é sem dúvida mais confuso do que aqueles que conhecíamos até à data, com os seus "uptown" e "downtown" e com estações com várias combinações de transportes (como a Penn Station) cujos sinais de elevador são extremamente confusos, especialmente para quem anda com um carrinho de bebé, dois trolleys e alguns sacos. Chegámos ao ponto de nem procurar pelo sinal de elevador e subir e descer escadas contigo dentro do carrinho. Somos loucos!

Chegámos ao Hotel por volta das 18h30 e ao abrir a porta do nosso quarto o meu coração começou a bater muito depressa, tínhamos uma enorme janela com vista sobre Manhattan, algo que eu sonhava ter, mas não acreditava que fosse possível.

Pousámos as malas, arranjámo-nos e fomos apanhar o metro para ir jantar a.... Times Square claro! Times Square teria que ser o nosso primeiro spot! Não tenho palavras para descrever a emoção que é sair de uma estação de metro e ver todas aquelas luzes de outdoors iluminados. A mãe estava em êxtase!


Rapidamente aproximaram-se de nós uma série de mascarados, como por exemplo o Mickey Mouse e o boneco do Toy Story e tu, não sei se pelo medo das luzes e daquela azáfama de pessoas, começaste a dizer: "Tim medo do Micki!" (tenho medo do Mickey) Repetiste esta frase dezenas de vezes enquanto estivemos em Time Square e só acalmaste quando fomos comer umas maravilhosas fatias de pizza à Patzeria, ali bem perto da igreja da Scientology, na 48th Street. Uma das melhores pizzas que comi na vida. O restaurante tinha apenas uma espécie de balcão e duas mesas para se comer na rua, que foi o que optámos por fazer apesar do frio.


Decidimos ficar por ali, amanhã e durante os próximos dias há mais. New York, New York.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Dia 4 - Outlets e Annapolis

A estadia em Washington estava a ser tão agradável que a ideia de passarmos uma noite em Atlantic City ou algures na costa leste, rapidamente desapareceu na nossa cabeça. Valeria a pena fazermos 300 Km num dia e outros 200Km no dia seguinte, ou fazermos à volta de 350Km de seguida num só dia? A resposta era fácil e não fosse a chuva ao sair de casa e tínhamos ido ao Zoo de Washington, também ele parte do Instituto Smithsonian, ou seja, gratuito. A dona da nossa querida cottage, decidiu não nos cobrar mais nada pela estadia e assim iriamos ficar mais uma noite de borla no estado de Virginia, amanhã seguimos para NYC!

Resolvemos ir até um dos outlets perto de Washington e depois optámos por dar uma volta no estado de Maryland, mais concretamente ir almoçar a Annapolis. Uma coisa são os outlets aqui em Portugal, outra coisa são os dos EUA. Francamente, é muito fácil comprar roupa de qualidade por preços inferiores aos praticados por qualquer loja mais banal em Portugal. E é quase uma tentação comprar o que faz falta e o que não faz… felizmente sempre consegui resistir muito bem a este tipo de tentações (o papá já não é bem assim). Comprámos Levis, e roupa da GAP a preços muito acessíveis e terminámos com um belo pretzel da Auntie Anne (com dip de queijo cheddar) acompanhado de um Caffe Mocha. Tu também provaste o teu primeiro pretzel.

downtown Annapolis - a zona da Marina

Fomos então a caminho de Annapolis, um verdadeiro tesouro do estado de Maryland. Adorámos as casinhas tipicamente americanas, o facto de todas as casas serem térreas (ou terem no máximo um andar), o pavimento das ruas, as flores… tudo parecia bonito em Annapolis. 


Depois de muito procurarmos o restaurante ideal para almoçar (acontece-nos sempre em todas as viagens perder imenso tempo à procura do local perfeito), finalmente descobrimos o Dry 85. Uma espécie de irish pub, um pouco escuro com uma empregada muito simpática que respondia a todos os nossos pedidos com um "absolutely!". Comeste uma sopa de peixe e eu e o pai partilhámos uma dose de "honey glazed grilled salmon" e um "brunch burger".


Demos um passeio pela cidade e a meio da tarde regressámos a casa, para que pudesses dormir a sesta pelo caminho e conversar um bocado com os avós pelo Skype, as 17h30m eram 21h30m em Portugal, uma hora perfeita para conversarmos um bocadinho.

Apesar da chuva, decidimos ir a um outro outlet, na esperança que fosse um local fechado e não ao ar livre como o que visitámos de manhã. Tivemos alguma sorte, a chuva não era muita e apesar de ser ao ar livre tínhamos algumas zonas abrigadas. Comprámos uns All Star vermelhos para ti e para a prima Luísa e acabámos por comer na Auntie Anne uns pretzel e um mega gelado para nós as duas.

Amanhã estaremos num Empire State of Mind.... oh yeah!

quarta-feira, 25 de março de 2015

Dia 3 - Washington D.C.

Entrada do National Museum of Natural History

Todos os miúdos deveriam ter a sorte de ir até ao Museu de História Natural de Washington Washington visitar os vários museus gratuitos da família Smithsonian, especialmente ao Museu de História Natural


Estamos a falar de centenas de espécies animais num acolhedor espaço totalmente gratuito para toda a família apreciar.


Penso que irei sempre recordar as tuas gargalhadas a ver um elefante, um leão, uma zebra, e a tua admiração a exclamar “Mãe!!! A hippa!!!!”, ou uma “Giafa”, ainda que os bicharocos estivessem todos embalsamados. 


Fomos almoçar perto da zona dos museus, em direção ao Verizon Center. O restaurante ficava na 7 Street e chamava-se District Chophouse & Brewery.

Interior do Restaurante District Chophouse & Brewery.

A nossa waitress era da Eritreia e era bastante simpática, falava connosco numa espécie de espanhol e assim que nos acompanhou à mesa, foi buscar uns lápis de cera e um desenho do Capitólio para colorires. O restaurante era requintado e a comida estava ótima, o pai comeu Fish & Chips e a mãe comeu uns pedacinhos de carne que tinham um molho muito saboroso. Tu comeste dos dois pratos... claro. (tirando as chips). A entrada era um maravilhoso pão de milho adocicado que vinha numa frigideira para a mesa (talvez uma das melhores coisas que provámos nesta viagem).


Estávamos a contar ir ao Zoo de Washington à tarde, mas acabámos por visitar um outro museu (o museu do Ar), o capitólio (ainda que por fora porque estava fechado... e em obras!!) e demos mais um passeio a pé pelos bairros perto do parking. Seguiu-se um passeio de carro por outros bairros mais interessantes, porque eram muito diferentes da Downtown de Washington - o bairro de Adams Morgan e Georgetown - fica para uma próxima um passeio a pé por estes dois bairros. Pelo menos fica para a tua próxima viagem a DC, já que a mãe e o pai não deverão voltar a Washington, o mundo é demasiado grande e nós não temos propriamente 2 anos e uma vida pela frente :P


Estação de metro de Chinatown

Capitólio em obras....

Como ainda era relativamente cedo para jantar e o tempo estava meio embrulhado e chovia de vez em quando fomos até um Centro Comercial perto do Pentágono e a caminho de casa, para tratarmos de comprar alguma coisa para o jantar, ainda que não fosse esse o meu plano ideal para o nosso jantar (imaginava-nos a comer num restaurante perto de casa), mas o desconhecimento, o facto de estarmos contigo e o tempo fizeram com que parássemos ali e comêssemos num Au Bon Pain, uma cadeia como a de ontem. Desta forma demos-te uma bela canja de galinha e comemos uma salada e um wrap. Finalizámos com um parfait com granola e frutos silvestres que adoraste. 
Tu e os iogurtes…. Uma história de amor já longa.

O mais importante... as birras hoje foram mais fáceis de gerir. Cada vez que nos apercebíamos que estava uma birra a caminho, tentávamos iniciar logo as negociações: para sentar na cadeira do automóvel de manhã, foi lembrar-te umas dezenas de vezes que estávamos a caminho de um museu para ver um elefante. No museu deixámos-te andar muito a pé e sozinha para que te cansasses e adormecesses depois de almoço. Ao almoço estiveste bem a antes que chegássemos ao Museu do Ar e do Espaço adormeceste no carrinho e vimos o museu com bastante calma.

terça-feira, 24 de março de 2015

Dia 2 - a caminho de Washington

Eu e o pai decidimos viajar logo de manhã para Washington, com paragem em Baltimore. Assim aproveitávamos para conhecer mais uma cidade americana e com um bocadinho de sorte visitávamos já alguns pontos turísticos de Washington com sol... (diziam que a chuva chegava amanhã)
Tomámos o último pequeno-almoço naquela maravilhosa casa de Philadelphia e saímos pelo bairro a tirar umas últimas fotos antes da viagem.

Adormeceste na viagem até Baltimore que durou cerca de hora e meia.

Estava tanto frio em Baltimore! (Acho que vou escrever que estava frio em todos os próximos posts... o frio foi de facto uma constante na nossa viagem). A procura pelo sítio ideal para almoçar não foi fácil, ou era demasiado caro, ou era demasiada junk food e por estúpido que possa parecer, o sítio onde nos sentíamos melhor era num centro comercial perto da marina - The Gallery - por causa de estarmos abrigados. E foi por lá que decidimos almoçar, num McDonalds.... é verdade Francisca, contra tudo e contra todos a tua primeira refeição fast food ocorreu antes dos dois anos. Pedi Mc Nuggets para ti e retirei todo o polme à volta (como se isso me desse algum conforto na consciência - o que não deu!). 

Baltimore pareceu-nos uma cidade interessante e, não fosse o frio que existia, teríamos com certeza aproveitado para conhecer um pouco mais da cidade.

A chegada à nossa casinha de Pimmit Hills foi uma agradável surpresa, felizmente tínhamos GPS porque senão não sei se conseguiríamos dar com este pequeno "aldeamento" no estado de Virginia. Uma pequenina casa de campo, com chão alcatifado e paredes de madeira (ou algo a fingir que é madeira), com uma acolhedora sala e com uns snacks oferecidos pela dona da casa, Sheli, (variedade de queijos, uma garrafa de sumo de laranja, barritas energéticas, big chocolate cookies e umas pipocas com sabor a queijo cheddar).

A nossa cottage em Pimmit Hills(bem mais bonita ao vivo)

À porta da casa estava a nossa vizinha Janet, que acabava por dividir a casa connosco dado que apesar de ser uma só casa, a nossa anfitriã tinha feito obras de maneira a que a Janet vivesse a tempo inteiro na parte da frente da casa e nós (hóspedes do AirBnB) na parte de trás, mas com total privacidade, isto é, dois espaços independentes. A Janet era uma verdadeira americana, que rapidamente me resumiu a sua vida em 5 minutos e se prontificou para nos ajudar em tudo o que fosse preciso. Era de New York e vivia ali desde que os pais tinham falecido, ainda não tinha recuperado dessa perda... e fumava um cigarro atrás do outro.

Decidimos ir de carro até Washington, afinal depois das 17h os parkings já não eram tão caros e podíamos estacionar junto do National Mall.

Ainda não tínhamos chegado perto do Monumento a Washington - aquele famoso obelisco - e já tu estavas a começar com a birra de não querer andar no carrinho, nem sequer a pé de mão dada connosco. Querias correr sozinha pelos caminhos do National Mall.


Foi também aqui que vimos um esquilo pela primeira vez. Mal sabiamos nós que os esquilos acabariam por se tornar um ícone desta nossa viagem aos EUA e que irias passar a adorá-los desde este momento. Tentei dar uma bolacha ao primeiro esquilo que apareceu e a coisa resultou, pelo que cada vez que víamos um esquilo lá tinha que lhes dar uma bolacha.


Depois de vermos alguns memoriais, entre os quais o famoso Memorial do Lincoln, começaste a fazer uma gigantesca birra, acompanhada de berros que deve ter durado quase 1h e uns 4Km, até pararmos numa loja de gelados de iorgutes na I Street, em frente à Farragut Square, tentámos falar com os avós porque havia Wifi, mas bastou terminar o mega gelado que estávamos a comer e regressou a birra porque o gelado tinha terminado, ou simplesmente porque sim! (quando é que vou perceber que se são 19h aqui são 23h em Portugal e o teu sono/fome não aguenta!!). Já não voltaste para o carrinho e fomos a um Pret-a-Manger comprar o nosso jantar para comermos em "casa" e depois foi levar-te nos meus braços durante uns largos 2km até deixar quase de ter forças porque estás pesada e porque com a birra parece que consegues pesar ainda mais. Houve uma altura que ias a cantarolar tão alto "O balão do João" que um americano disse: "Someone is happy today!" (mal ele sabia que tinhas estado aos berros)

Jantámos calmamente na nossa casa tipicamente americana e adormeceste num ápice.

Memorial à II Guerra Mundial

segunda-feira, 23 de março de 2015

Dia 1 - Philadelphia

O pequeno-almoço na nossa casinha em pleno bairro universitário de Filadélfia correspondeu exatamente às minhas expetativas, uma luz natural que entrava pelas três janelas que estavam junta da mesinha, bem decorada e um homemade bread pronto a encher de manteiga ou geleias, uns cereais de canela e todo o encanto de ver aqueles produtos de marcas que desconhecíamos pela primeira vez.



Apanhámos o trolley na rua acima da nossa casa – Av. Baltimore – e fomos até ao centro de Filadélfia. Dificilmente me vou esquecer da sensação de sair do metro e olhar para os arranha-céus desde cá de baixo. Estava um frio de rachar, mas não conseguia parar de sorrir.

As birras começaram.
«O que é que eu hei-de fazer?!» Chegámos a um ponto em que tu não paravas de berrar e nem nos querias ouvir e o pai já não te podia ouvir e começava a arrepender-se destas férias a três. Respirei fundo. Uma e outra vez. Tentei acalmar-vos aos dois. Do que te queixavas? Não querias andar presa no carrinho, nem sequer de mão dada connosco na rua, ou ao colo. Querias andar sozinha, imagine-se.... e estava tanto frio! Fomos ao Independence Visitor Center buscar os nossos bilhetes para o Independence Hall, palco de tantas decisões importantes na história dos EUA e onde foi declarada a independência do país. A visita ao "Museu" parecia estar a correr bem, chegou até a haver um momento em que nos deliciámos contigo, quando o guia do museu terminou a sua explicação e o grupo ficou todo em silêncio e tu começaste: "Atiei o pau ao gato-to, majo gato-to, não moeu-eu-eu". Os americanos não conheciam a música, mas sorriram e riram olhando para ti.
Saímos do museu e fomos em busca de almoço e a birra voltou, mais forte que nunca. 
- Ouve-me Francisca! O que se passa Francisca?! Não podes andar no chão sozinha Francisca!
E o stress aumentava...
Entretanto adormeceste no carro depois de chorares ininterruptamente durante uma meia-hora. 
(Agora à distância sei que 10h nos EUA equivaliam a 14h em PT e o que tinhas era uma mistura explosiva de fome e sono)

Fomos ao Reading Terminal Market almoçar e provaste connosco a iguaria típica de Philadelphia, os famosos Cheese Steaks. E que delícia! Tu comeste só a carninha, mas eu e o pai deliciámo-nos com um maravilhoso Roast Beef Cheese Steak no Dinic's. O mercado era fantástico, dava vontade de comermos tudo. Em seguida tentei adormecer-te no Rittenhouse Square Park mas sem qualquer sucesso. Como se tu dormisses quando eu quero! Fomos dar então um longo passeio pela old Philadelphia. Sempre a tentar dominar birras de várias intensidades


JFK Plaza - Philadelphia

Parámos já ao entardecer no Hard Rock para descansar e beber uma bebida quente, ofereceram-te uns lápis de cera e um bloco com desenhos para colorir e ficaste muito feliz! E nós também... finalmente PAZ
Andámos 19Km hoje!

É escusado dizer que adormeceste na viagem de trolley a caminho de casa, ainda eram apenas 20h.

domingo, 22 de março de 2015

A tua (e a nossa) primeira viagem Transatlântica

Chegámos a Philly!

Em Lisboa correu tudo muito bem no aeroporto, filas prioritárias, empregados sorridentes e educados, apenas uma mala de porão e uma de mão (um orgulho!) e uma malinha com as tuas coisas para por às costas.

Portaste-te de forma exemplar no voo, ainda que quiséssemos que adormecesses mais rápido e apesar de algumas rabugices… não houve choros, não houve berros, muito ao teu estilo… estou com pessoas estranhas por isso vou-me portar bem.


Foi também a primeira viagem de avião do Jacinto, que estava um pouco nervoso, como podes ver na foto.

A viagem de Newark para Philadelphia correu sem grandes sobressaltos, apesar de eu ter sido obrigada a ir no banco de trás a dar-te atenção por exigência tua - "Mãe lado". Confesso que depois de 8h de voo a última coisa que queríamos era ouvir-te a berrar, por isso nem hesitei em fazer-te a vontade.

Não tens noção que estás no estado da Pensilvânia e que estou a realizar um sonho, mas um dia vais sentir o mesmo que estou a sentir e aí irás entender que estas “cosquellitas” são mágicas.

São 22:30 o que significa que em Portugal são 2:30 estás carregada de sono e optámos por encomendar comida chinesa, muito ao estilo da América. O Hoot, nosso anfitrião nos EUA fez-nos o favor de ligar para o Pekking Inn e encomendar uns Egg Foo Young… as coisas que te damos para comer Kiki.

Adormeceste em seguida, amanhã partimos à descoberta de Filadélfia. Yupi!!

domingo, 15 de março de 2015

Kiki no seu melhor #3

O pai resolveu sair cedo para ir lavar o carro, estava no hall a vestir o casaco. Tu sais da sala a correr e perguntas:
- Onde vais pai?

-"Os legos não são para mandar ao chão, 'tá bem Francisca?"
-"Pámem"