terça-feira, 26 de julho de 2016

Hoje nasceu a Luísa

Hoje nasceu a Luísa.
Talvez porque estiveste tantas vezes com a Ana Rita e a sua barriga nos últimos tempos, tiveste uma reação tão bonita à notícia.
- Sabes Francisca, hoje nasceu a Luisinha!
- Nasceu? - e ficaste logo com aquele brilho nos olhos e sorriso gigante.
- Tenho aqui uma foto para te mostrar.


Quanto te mostrei a foto, disseste  de forma querida e genuína:

- Oh mãe é tão bonitaaaaa! Gosto muito da Luisinha!


♥ É desta forma que me mostras que a Ana Rita não é só uma grande amiga da mãe, também é tua amiga e também tu gostas muito dela.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

"Mas depois eu acalmei"

Mais uma birra esta manhã, com direito a gritaria, corpo no chão a rebolar, sistemas nervosos do pai e da mãe (e teu) num estado de crítico, paciência em níveis bastante reduzidos, 40m de atraso.
Pediste-me que te pintasse as unhas quando íamos a sair de casa. Mas não pediste a conversar… deste uma ordem aos gritos e por muito boa vontade que a mãe tivesse, depois da forma como falaste e da birra que se estava a aproximar não pude ceder o que levou a que ficasses ainda mais aborrecida. Paciência.
No carro foste calma, mas na escola quando te entregámos à Jholly começaste a portar-te mal como como nunca tinhas feito. Só me querias a mim, dar-me beijinhos e festinhas. E berravas e contorcias-te no chão com a Jholly.
Soube ao final do dia que a tua foto tinha estado na folha com o :( na tua sala pela primeira vez, porque te portas sempre de forma exemplar na escola.

À noite quis falar sobre o assunto:
- Então Francisca, soube que a Jholly ficou triste contigo na escola.
- Sim mamã, eu não queria ir para a escola e queria dar-te beijinhos e festinhas e comecei a dizer “não quero”, “não quero” e a bater na Jholly.
- Mas já sabes que as mãos não são para bater e que o fizeste é muito feio, não sabes? A Jholly gosta tanto de ti...
- Depois entrei na sala e a Margarida perguntou-me se eu estava a chorar porque queria a minha mamã e eu olhei pó lado e virei a cara. Não queria falar com ela. Nem quis comer tostas…. 
Parou uns segundos, olhou para mim e disse:
Mas depois eu acalmei.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

- Mãe podes ligar à mãe da Margarida e da Clara para elas virem brincar cá a casa, podes?
- Oh Francisca, as tuas amigas vivem perto da tua escola e é muito longe da nossa casa. É por isso que vais para uma escola nova, aqui na Moita. Assim todos os teus amigos vivem aqui perto e podem encontrar-se ao fim-de-semana para brincar.
- E depois posso ir com os meus amigos ao Fidalgos* sozinhos, não é mãe?


*Pastelaria tradicional da Moita onde vamos regularmente.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

POR-TU-GAL

Filhas,

Quando se aperceberem do meu gosto estranho pelo futebol, já não me vão conhecer com a mesma loucura que tinha há menos de dez anos atrás. Ainda assim vão achar-me louca. Ainda assim, não vão perceber porque é que grito para a televisão, porque espero que não sofram por algo tão estúpido como o futebol. Nunca fui uma grande adepta da Seleção Nacional. Talvez porque não sou muito nacionalista. Sou uma cidadã do mundo... Mas como vibro com este desporto, é fácil ver-me nos campeonatos europeus (ou mundiais) a sofrer por Portugal e a cantar o hino com lágrimas nos olhos. É fácil ver-me em pé nos últimos 20m de um jogo de Portugal numa fase final já completamente enervada e afónica. 
Ontem foi uma noite especial, que espero recordar sempre! E tu estiveste presente Francisca, sem perceber muito bem o que se passava, a gritar de braços esticados "Portugal, Portugal!"! Tu também estiveste presente, bebé, com os teus pontapés e reações a todos os meus estados de nervos/ansiedade/felicidade. Portugal é campeão europeu! Quando nada, nem ninguém acreditava, Portugal mostrou-se forte, coeso e eficaz. E vencemos! Porque a sorte na nossa vida muitas das vezes surge assim, depois de decidirmos enfrentar sem medos os nossos obstáculos, depois de acreditarmos em nós, depois de trabalharmos focados no resultado.
Ontem sentámo-nos no sofá com fé. Estávamos os três, quer dizer, os quatro. Vimos com mais atenção a 2ª parte, porque tentámos passar uma grande parte do jogo na cozinha, porque achávamos que dava sorte... estão a ver o que vos dizia... o futebol às vezes leva-nos a ser supersticiosos, mesmo quando não somos.
Perto dos 90m já não conseguíamos parar quietos e tu Francisca, estavas a ver os teus vídeos no tablet, já com a promessa que era só mais um vídeo antes de ir dormir. E na segunda parte do prolongamento, aos 109m o golo apareceu. E o pai e a mãe já não paravam, andavam de um lado para o outro e dissemos-te:

- Filha, vamos à rua.
E tu ensonada perguntaste:
- Hoje?
- Sim, filha... hoje... isto se calhar só acontece uma vez na vida!
- Mas, agora?
- Sim, vamos vestir-nos.

Esperámos pelo apito final, abrimos as janelas para ouvir o som da vitória, trocámos de roupa e fomos para a rua festejar!

Espero que tenham sempre as duas muitos motivos para festejar na vida, pelo futebol e por muitas outras coisas.


quarta-feira, 6 de julho de 2016

M e n i n a !

Chegou finalmente o dia da ecografia!


Finalmente íamos saber se és um menino ou uma menina. E tal como na ecografia da mana Francisca, toda aquela ansiedade de se saber o sexo do bebé foi absorvida pela vontade de te ver no ecrã e saber que tudo está bem e no sítio correto, que o coração e restantes órgãos estão bem, que as medidas estão normais, etc.

O diálogo do Dr. Relvas foi igual àquele que tivemos há 3 anos e meio: 
- Já sabem o que é? Querem saber? 
E quando ouvimos “é uma menina” sorrimos e rimos. Mais uma menina. Tal como a Francisca desejava! 

Voltem os coeiros, os babygrows amorosos de golinha, os laços minúsculos, as touquinhas. Estimem-se os laços grandes, os vestidos e túnicas, os sapatos da mana…. os Nenucos e as Barbies. 

Venha o próximo desafio… a escolha do nome! 

PS: Tudo estava dentro da normalidade na ecografia e tu bebé estavas a chuchar no dedo. Quando contei à mana Francisca que eras uma menina ela ficou muito, muito feliz! Chegou à escola e contou a toda a gente: «vou ter uma mana!»

terça-feira, 5 de julho de 2016

São 19:48.
Cheguei há pouco a casa, tenho um bebé a pontapear-me a barriga e decidi deitar-me no sofá por 5m e após 3 birras "daquelas". Uma para sair da escola, outra para implicar com a avó e outra porque não admites que eu possa estar triste contigo e me obrigues a dar-te milhares de beijos e a ir brincar contigo depois de tudo isto.
Estou de rastos. Não tenho energia.
Nem tive tempo de terminar este desabafo nas notas do telemóvel, vens a correr de lágrimas escorridas no rosto a chamar por mim. Abraças-me no sofá, fazes-me festinhas e o bebé dá ainda mais pontapés. Ponho a tua mão na minha barriga e quase que tenho a certeza que os estás a sentir porque os pontapés são muito fortes.
Já tenho mais energia.
Mas continuo de rastos...