sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Para que conste: disseste "Estetoscópio" perfeitamente, pela primeira vez.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Uma viagem a Nova Ióqui

Vamos no carro a caminho de casa, ainda sem o pai que está no Peru. Nas nossas conversas, surge o tema do meu aniversário e tu dizes:
- Vou comprar uma penda à mamã.
- Ai é? O que me vais oferecer?
- Uma viagem a Nova Ióqui.

É assim que sei que me escutas com atenção e me conheces cada vez melhor.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A Kika é pejada

- Eu gosto muito da Luísa. Às vezes ela agarra a Kika axim. Ao colo. Mas a mamã não gosta porque a Kika é pejada.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Estás quase a adormecer no sofá e de repente:

- Mãe, quando eu for grande vais-me pintar as unhas?
- Sim, filha. Claro que te pinto as unhas! De que cor?

- Cor di rosa.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O que são 30 meses de ti?

- Dizes tantas palavras, que chegas a usar dois sinónimos para a mesma coisa.
- Quando te perguntamos onde queres ir às vezes surpreendes-me e respondes Nova Ióqui, Sivilha ou Itália.
- Sabes que é no aeroporto que se apanham aviões
- Sabes cantar as “Rodas do Autocarro” e também trauteias “The Wheels on the Bus”
- Sabes o ínicio da música do alfabeto, porque ouviste esta semana no Ruca e ficou-te na memória.
- És uma jukebox de músicas infantis.
- Fazes birras quando tens sono, mas também quando não tens. Basicamente fazes birras por dois motivos: tudo e nada.
- Gostas mais de peixe do que de carne, mas continuas a A-DO-RAR comer.~
- Já ligas a chocolates, apesar de há minha frente apenas teres comido três vezes.
- Pedes autorização para fazer coisas: “Podi bincar com isto?”, “Podi ir para o quarto?”
- Continuas a não gostar de ir para o banho, mas quando lá estás é maravilhoso.
- Continuas a não gostar de vestir a roupa de manhã e normalmente temos que te dar sempre a volta com algum truque.
- Adoras brincar com a casa da porquinha Peppa, com plasticina, com legos e com os nenucos como se fosses a mãe deles.
- Não usas fraldas durante o dia desde que fizeste 2 anos e deixaste as fraldas à noite aos 2 anos e 5 meses (apesar de as fraldas estarem quase sempre secas à noite, durante os últimos meses)
- És agressiva quando contrariada, especialmente se estiveres sozinha comigo.
- Dizes que bates aos amigos na escola e vais para o castigo, mas continuas a ser uma menina impecável que se porta sempre bem na escola. (Já não se pode dizer o mesmo do teu comportamento em casa)
- Quando falas no Natal, por vezes dizes que não vais receber prendas porque te portas mal.
- Sempre que dão anúncios de brinquedos na televisão, tu queres sempre todos os Nenucos, bonecos, barbies, legos e jogos. Às vezes como se não bastasse um “Eu quero…”, ainda dizes “Eu ainda não tenho este…” (como se o objetivo fosse ter todos os brinquedos do mundo).
- Na minha opinião tens brinquedos a mais.
- Na minha opinião tens muito mais coisas fantásticas do que pontos a melhorar.

- Esqueço-me muitas vezes que só tens dois anos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Sexta-feira 13

Não ligo a superstições de sexta-feira 13, não gosto de pensar negativo em nenhuma altura. Mas a noite da última sexta-feira 13 foi uma noite de azar para tantas pessoas que desfrutavam da noite parisiense...
Quero falar-te nisto, porque não sei como vais estar o mundo daqui a alguns anos Francisca. Não sei o que te vou dizer acerca do terrorismo quando fores mais velha. Não sei como te vou proteger. Não sei como te vou explicar o que é que está a acontecer quando tiveres perguntas para me fazer. Por isso escrevo-te quando os sentimentos ainda estão mornos. Preferi fazê-lo hoje.
Tinha-te deixado na casa da avó para jantares por lá, e caso quisesses para dormir, e estava a caminho da pizzaria com o pai quando o telefone do pai recebeu uma mensagem que nos avisava que tinha havido um atentado em Paris. Desde esse momento até irmos dormir ficámos a seguir as notícias. Fiquei a pensar no presente e no futuro e tive medo. Não há raça, nem religião de homens maus, há um fanatismo absurdo que os move. Eles existem Francisca e felizmente são raros.
Estou atenta ao que se passa no mundo e também sabia que os últimos tempos tinham sido atingidos por tantos outros ataques menos mediáticos. Este não é mais importante porque foi em França. É mais mediático e somos obrigados a pensar nele logo assim que ligamos a tv ou a rádio, ou vemos a primeira página de um jornal. É ali ao lado filha! É onde a mamã diz quase todos os meses que não se importava de voltar.

Espero que cresças num mundo um pouco melhor, apesar de me parecer que estamos a caminhar exatamente para o contrário disso. Espero que possas visitar países para onde eu já desisti de viajar e que estes não estejam destruídos pela guerra. Espero que quando estiveres a falar para a tua filha o faças num mundo mais pacífico, mais tolerante e onde a religião ou a raça não são usados como desculpas para ferir outras pessoas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

É Natal, é Natal (ah espera.... ainda não é...)

O Natal entrou na nossa casa e outubro. Não sei qual o dia.
Até nasceres, ou até ter a minha casa o Natal não me dizia nada, há quem diga que se deve ao facto de fazer anos a 23 de dezembro. Até essa altura tudo me irritava no Natal e me deixava deprimida, as músicas, a árvore, a azáfama nas ruas. Para mim o Natal sempre esteve ligado às crianças e o facto de não ter crianças na família durante muitos anos levou a que a mãe não morresse de amores por esta altura do ano.
Agora é diferente. Imagino sempre a nossa árvore de natal e a tua alegria ao ver os presentes. Imagino os nossos bolinhos de natal feitos em conjunto, o teu sorriso ao ver pela primeira vez a árvore de natal sabendo o seu significado. Digamos que no ano passado achaste tudo muito bonito, mas faltava-te a sabedoria que os 2 anos te trouxeram. Faltava-te desejar muito que o dia 24 chegasse, este ano tens isso tudo e muito mais.
Mas como te ia a dizer, um dia destes, cansada de te ver a pedir tudo aquilo que dá nos intervalos dos desenhos animados disse-te que no natal, se te portasses bem, talvez pudesses receber o comboio do avô da porquinha Peppa, a fábrica de plasticina da porquinha Peppa (aquela que pedes todos os dias), o Nenuco e o berço, a caravana da Barbie, a casa da neve do PinyPon e tantas outras coisas. Para ajudar à festa o mais recente cd do Panda e dos Caricas tem uma música de Natal que, por acaso, é a tua favorita.
Chego a fazer viagens de 37Km com a música em modo repeat. Não é fácil.
Cada vez que portas mal, a chantagem de que o pai natal pode estar a ver e a não gostar das tuas atitudes tem resultado. Por enquanto…
Resumindo: estás desejosa que chegue o Natal!

Como o pai vai para o Peru na próxima semana, pela primeira vez em 31 anos vou montar a árvore de Natal antes de dezembro, para que o possamos fazer os 3.
E viva o Natal!

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Má educação? Muito mimo?

Não é difícil ser tua mãe Francisca. Todos os desafios que me dás diariamente não têm, a meu ver, qualquer problema. Respondes-me torto quer estejamos ou não acompanhados, bates-me e chegas até a magoar-me, fazes birras sem razão aparente e dizes que não só para ser do contra. Má educação? Talvez seja aquilo que os outros pensam quando ouvem ou vêem na primeira pessoa estas histórias. Muito mimo? Todo aquele que te consigo dar sem nenhum pingo de arrependimento. Para além destes “desafios” não me dás, nem deste noites sem dormir, estás sempre disposta a comer seja que tipo de alimento for, tens uma enorme auto-estima, és perspicaz, auto-confiante. Sabes falar desde muito cedo e questionas tudo e todos. Desde os dois anos que não usas fraldas e utilizaste-as apenas para fazer xixi depois dos 10 meses. Estás (quase) sempre a sorrir e a cantar. És feliz. Má educação? Don't think so.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O antónimo de fácil

Tenho vindo a reparar que nos últimos dias, sempre que tentas fazer algo mais complicado, já substituíste o “na conxégui” pela expressão sofrida “é muito faxil… na conxégui”. Em todas essas vezes explico-te o que significa fácil e difícil. Repetes logo a frase “é muito difíxil”, mas passados uns dias voltas a dizer o mesmo.

Ontem estavas a jogar lego (no tablet) e não estavas a conseguir passar o nível lá disseste: “Mamã, na conxegui, é muito fácil”.

domingo, 25 de outubro de 2015

A primeira ausência do pai

O pai foi para Lima, capital do Peru, no voo das 7:45 da Iberia. Ficaste esta noite com os avós para que não te incomodássemos ao acordar antes das 5:00. 
Os sintomas nestes casos são comuns a todos aqueles que passam pelo mesmo. Há uma fase de negação que acontece nos dias que antecedem as últimas 24 horas, onde achamos que não nos vamos emocionar, que não vai custar nada, que “oh por amor de Deus, são só duas semanas”, uma fase que “não mata mas mói” nas últimas 22 horas que estamos juntos. E uma fase que pode durar mais que isso, mas que por norma ocorre 2 horas antes do voo e que tem um pico quando se deixa alguém perto da entrada para as portas de embarque. Aí já não se contêm as lágrimas Francisca. Aí já se tem saudades de quem se ama. As saudades começaram ontem à noite… ainda o papá dormia ao meu lado. As saudades começam sempre antes da partida.
Vai passar rápido meu amor, duas semanas a pintar com “águas amarelas” e a moldar plasticina passam a voar. Mas custa. Custa-me não partilhar as tuas histórias ao vivo com o pai. Custa-me não nos ouvir a rir aos três ao mesmo tempo. Mas passa. E passa depressa. E vai passar depressa.


(Enquanto escrevia este post o Sporting marcou o 3.º golo no Estádio da Luz, quero berrar “Golo” mas não te quero acordar… vou aguentar-me)

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Ai, ai digo eu!

Isto passou-se ontem à noite...

Eu:
- Ai, ai Francisca.

- Ai, ai digo eu! - respondeste-me tu.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

- Continuo zangada contigo Kiki!
- Não mãe.
- Estou sim, estou zangada contigo.
- Não mãe, eu já pedi desculpa a ti.

sábado, 12 de setembro de 2015

"Não se bate em ninguém?"

Estou a adormecer-te no sofá, esta noite não fomos à festa. Quando parece que já estás a dormir, tiras a chucha e dizes: Mamã, não se bate em ninguém?
Concordo e ofereço-te um sorriso.
- Posso dar abracinhos.
- Sim filha, abracinhos podes dar.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O fim da maminha...

Na segunda-feira passada foi o último dia, doce Kiki. E não foste tu a escolhê-lo, fui eu. Foi o Dr. F.

Pensei sempre que serias tu a decidir, ainda que se tivesse a ousadia de o comentar com alguém (até mesmo com o pai ou com a avó), arriscava-me sempre a ouvir um "E se ela não quiser parar?" Como se fosse possível tal coisa...

Agora já tudo parece normal aos olhos dos outros.
Mas para mim não foi assim tão fácil aceitar essa ideia. No entanto. aceitei-a também por ti, por nós, pela nossa família que quer crescer. Aceitei para ajudar as probabilidades de sermos quatro. Aceitei porque tenho plena confiança no Dr. F. Apenas por estas razões.

Dar-te de mamar durante estes 2 anos e 3 meses foi uma experiência maravilhosa desde o primeiro dia. Obrigada meu amor por tudo.



quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Estamos em troca de mimos no sofá enquanto me pedes "só mais uma porquinha Peppa", dás-me mais um miminho e eu digo: a mamã gosta muito da Kika.

Não sei porquê, mas provoco:
- E tu Kiki gostas da mamã?
- Eu goto da poquinha Peppa.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Ainda a amamentação...

"Olá, eu sou a Joana, tenho 31 anos, a minha filha tem 2 anos e 2 meses e ainda mama"

Pior do que todas as polémicas relacionadas com a amamentação, daquelas que apontam o dedos às que não dão de mamar, das que apontam o dedo às loucas pró-amamentação... sobramos nós. Aquelas que não escolheram dar de mamar nem um dia, nem 2 anos, deixaram fluir as coisas naturalmente e aguardam o momento do desmame natural.

Desde que nasceste Francisca que logo aos 4 meses comecei a ouvir opiniões para te dar outros alimentos ou leite artificial, mesmo quando viam a minha convicção em dar-te de mamar até quereres e se possível em exclusivo até aos 6 meses. A introdução aos alimentos sólidos foi muito fácil, não... a amamentação em exclusivo não dificultou em nada. Mas as opiniões continuavam e apesar de estares cada vez mais gordinha era frequente a pergunta/afirmação: "Mas será que ainda tens leite Joana?"

Depois dos 6 meses, os olhares e opiniões de que o leite já não faz falta para nada aumentaram, depois de um ano de idade muito pior. E agora sempre que alguém sabe do que se passa, porque não é um tema que eu fale (até para evitar opiniões) os olhares e opiniões são mais cruéis. "Isso agora deve ser só brincadeira, ela já não deve beber leite nenhum" Sim, porque apesar de teres o quarto cheio de porquinhas Peppas, casas, carros, bonecos, legos, lápis, puzzles, cozinhas, alimentos de brincar e livros, tu coitadinha gostas é de brincar com a maminha da mãe. Não tenho paciência Francisca. 

Se é verdade que estás mais agarrada à mãe por causa de ainda mamares? É possível. 
Se é verdade que ainda não estiveste doente por causa destes 803 dias de amamentação? É possível.
Se é verdade que és uma menina muito segura e determinada por teres o meu aconchego acompanhado de uma maminha todos os dias quando acordas? É possível.
São teorias, meu amor.

O que defendo e irei sempre defender é que a mãe é que sabe. Não condeno (apesar de não entender) as mães que não amamentam por opção, não condeno as que o fazem apenas 4 meses e optam por fazer um desmame nessa altura, não condeno as opções das outras mães. 

"O quê ainda mama? Por esse andar quando entrar para a primária ainda vai mamar!"
"O quê ainda mama? Deve apenas usar a mama como chucha, tu já não deves ter leite"
Dá vontade de dar logo uma resposta torta ou sacar de uma mama (no meu caso de uma maminha... já que há muitos homens com mamas maiores que as da mãe) e mandar um esguicho de leite para a cara da pessoa. Arre! Não há paciência!


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O trambolhão*

* Outros títulos possíveis:
"O susto"
"A noite em que o coração da mãe ficou mais apertadinho do que umas leggings push-up"
"Ahhhh ser mãe também é isto..."

Esta noite, que aparentemente ia apenas ficar marcada pela vitória do nosso Sporting na sua 8ª Supertaça disputada, ficou também assinalada por um outro episódio...

Eram 2:38 quando ouvimos um enorme estrondo vindo do teu quarto seguido de um choro aflitivo, eu e o pai "voámos" até ao quarto, já com as lágrimas nos olhos, e à primeira vista tu não estavas no quarto, mas estavas... tinhas caído da cama pela cabeceira! Uma altura enorme (Dá para ver a altura da cabeceira da cama aqui) que me fez ficar com o maior aperto no coração de sempre. Aconchegamos-te e rapidamente verificámos que estava tudo bem, o teu corpo aparentemente não tinha qualquer marca e voltaste a dormir (desta vez na nossa cama) rapidamente com uma respiração descontraída, como se tivesses apenas mudado de lugar. O pai e a mãe passaram a noite  a tocar em todos os ossinhos do teu corpo, para verificar se estavas realmente bem. E eu estava tão enervada e chorava tanto enquanto pensava em duas coisas: 
a) que sorte tivemos em termos a "casinha" (nome que demos à tenda de circo que está no teu quarto) junto à cama, que fez com que a queda fosse amortecida.
b) é impossível não teres nenhuma mazela, devo ir ao hospital? Porque estás a dormir? Preciso de saber como estás Francisca? 

E nunca mais chegavam as 7h para nos levantarmos e depois do banho olharmos novamente para ti com toda a atenção do mundo.

As horas passaram e eu e o pai não dormíamos por nada. Estávamos colados a ti. E tu esta noite, contrariamente às outras em que dormes na nossa cama, estavas junto ao papá, como quem procura segurança.

Acho que tivemos mesmo sorte. Acordaste muito bem disposta sem qualquer mazela e sem te lembrares do que tinha acontecido esta noite. Contei-te o que se passou e hoje quando viste a avó apressaste-te a contar: "Avó caí em xima da cajinha."

Criei a tag "Sustos" no blogue, espero não a ter que usar mais vezes.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Não são horas de dormir

Ontem enquanto estava a puxar os estores para baixo começaste a barafustar (como sempre), porque achas que isso significa que acabou a brincadeira e vais dormir.
Desta vez disseste também muito zangada:
- Oh mamã não xão horas de domir!

Mas desde quando é que tu sabes ver as horas?

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Bilingue?

É verdade que músicas como o "Johnny Johnny, yes Papa" e o "Finger Family" fazem parte do teu repertório já há algum tempo. 
O "Johnny" já conheces e trauteias há mais tempo, mas dizes num inglês britânico quase perfeito grande parte da música dos dedos... "Daddy finger, daddy finger where are you? Here I am, here I am, how do you do?
És capaz de estar quinze minutos a cantar esta música!

Não sabemos se foi o teu subconsciente em inglês ou se foi coincidência, mas no outro dia estávamos os três no sofá e tu estavas quase a dormir. Para não te chamar a atenção, eu disse ao pai:
- Preciso de water, mas não posso ir buscar agora, porque se não ela...
- Mãe traz-me água! - apressaste-te a dizer.

?!?!?!

terça-feira, 21 de julho de 2015

Desfralde #3

Este tema está quase encerrado. Falta apenas retirar a fralda da noite e isso só ainda não ocorreu porque tenho receio (preguiça, cof cof) de trocar de lençóis à noite.

Há cerca de 3 semanas decidimos tirar qualquer tipo de fralda durante o dia, mesmo nas viagens mais longas de carro e/ou sestas. Apercebemo-nos que não fazias nada no carro e que esperavas sempre que chegássemos a casa e decidimos arriscar, até agora tem corrido bem. Já contamos com duas viagens ao alentejo sem fraldinha. 

Durante a sesta tanto na escola como em casa também arriscamos e mesmo nas sestas longas (3 horas) não houve descuidos.

Já aconteceu algumas noites acordares-me a pedir xixi e só noto que não te controlas nas noites em que teimosamente insistes em beber água antes de dormir sem passar pela sanita antes de adormecer. Tirando estas noites a fralda está sempre seca.

Posso dizer que o desfralde durou cerca dum mês e foi um verdadeiro sucesso.

Mais uma vez Francisca estou orgulhosa da menina que tenho. 

Não é que seja relevante demorares mais ou menos tempo a tratar do tema do desfralde, ou comeres sozinha desde muito cedo, ou mesmo a dizeres frases longas ainda tão pequenina. Não é relevante. Mas enche-me de orgulho. 
E sinto-me imensamente grata por te ter!

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O aniversário da prima Luísa

A Maria Luísa faz 6 anos hoje.
A prima continua a ser uma fonte de alegria para ti, basta estares junto dela para estares às gargalhadas e para te sentirmos a felicidade estampada no rosto.
Normalmente as segundas-feiras são dias complicados para ti: mais birras, mais sono, menos paciência. Mas hoje estavas especialmente bem disposta e ainda ficaste mais contente quando te dissemos que à noite íamos visitar a Luísa, dar-lhe a prenda e cantar-lhe os parabéns.
Foste o caminho todo a cantar os parabéns, o "extra" dos parabéns (Tenha tudo de bom, lailailai lai lai lai...) e a parte do agradecimento, mas já sabíamos que na hora da verdade te irias aninhar no nosso colo e irias ficar de boca aberta a ouvir-nos a cantar.
Wrong
Para espanto de todos cantaste toda a música com palminhas e sorriso no rosto.

No final decidimos cantar-te também os parabéns com duas velas. Quando nos preparávamos para tirar as velas do bolo e começar a parti-lo, eis que começas a cantar:
- Obigada mes amigos do fundo do coaxão po me teem cantado eta linda canxão!

Sem gaguejar, sem vergonha e ficámos cheios de orgulho. Naquele minuto foste a protagonista e todos te batemos muitas palminhas e ríamos do inesperado.
A mãe até deixou escapar umas lágrimas.

Que orgulho meu docinho!

quarta-feira, 15 de julho de 2015

25 meses e meio

Os dias têm passado a uma velocidade vertiginosa desde que fizeste dois anos.
Foram vários os momentos que dei por mim a pensar: devia anotar "isto" em algum lado para me recordar depois. 

Passámos de frases de três ou quatro palavras para conversas. O nosso dia a dia é acompanhado de expressões: 
- «Mãe, o qué ito?» (o que é isto) 
- «Mãe, tás a fajê?»( o que estás a fazer?)

E todas as manhãs enquanto me maquilho, perguntas: 
- «Mamã tás a pintar, mamã?» (o que estás a pintar?) 
Gosto da repetição da palavra "Mamã no início e no fim das frases.

Pedes-me para brincar contigo quando chegamos a casa, todos os dias. Não queres ir ao parque, nem passear. Queres sim perder-te no teu mundo de brinquedos e se possível que eu esteja disponível para ti. Completamente disponível. 
Admito que às vezes não me sinto a melhor mãe do mundo, porque levo o meu iphone comigo para todo lado, inclusive para o teu quarto (shame on me), e enquanto brincas eu vou ficando a par do que se passa no mundo através do telefone. O teu bom senso e exigência como filhota fantástica já me chamaram várias vezes à atenção: «Mãe xenta aqui... o telefone não!». Como quem diz "mãe senta-te aqui ao pé de mim, mas não tragas o telefone, quero a tua atenção só para mim". Isto torna-te ainda mais deliciosa e faz-me sentir mal. Porque queria ser melhor para ti, queria estar (ainda) mais disponível, mas também queria mais tempo para mim...

Tenho ainda que mudar muitas das minhas rotinas semanais. Apesar de exigires a minha atenção no intervalo 19h-23h, tenho que encontrar espaço para as tarefas da nossa casa e para ser sincera, tenho que encontrar espaço para mim, porque às 23h muitas das vezes já não consigo manter os olhos abertos, ou pensar muito... 

Estás grande Francisca, crescida. Às vezes fazes um ar de gozo a negar qualquer tipo de afeto da nossa parte e no minuto a seguir já estás a pedir beijinhos à mãe.

A prima Luísa vai ter um mano e os teus colegas Diogo e Mafalda também. Por esse motivo, é comum ouvir-te pedir: "Qué um mano!" Ou como perguntaste ontem: "Mamã o bebé na baíga"? (Mãe tens um bebé na barriga?). E quando vês as tuas fotos de bebé, dizes-me que queres um bebé assim, como tu eras. E dizes todas estas coisas com uma certeza e conhecimento de menina grande, não te sinto a dizer isto porque sim, ou porque te pediram para repetir.
Ainda há quem diga que nesta altura não têm a noção do que é ter um mano.

Continuas a exigir muitas das vezes (senão em todas) que vá ao teu lado no carro, com a minha cara inclinada na tua direção para que possas fazer festinhas durante todo o caminho, por vezes acrescentas: "Mãe, dá beijinho".
És traquina e amorosa ao mesmo tempo. 

És muito mais especial do que alguma vez eu imaginei que irias ser.



quinta-feira, 2 de julho de 2015

"Não gostei" - Kiki no seu melhor #7

A história do macaco continua... 



Enquanto jantávamos na quinta-feira, lembraste-te de nos dizer: 
- Tim medo do macaco.
- O que te fez o macaco? - perguntou o pai.
- Modeu....
- E tu o que lhe fizeste? - perguntou o pai na expetativa que partisses para uma solução mais violenta.
- Não gostei.
... 

terça-feira, 30 de junho de 2015

Medos

Não te acho particularmente medricas, mas és uma verdadeira menina no que toca a medos. Referes os teus medos com muito mimo na fala e com um beicinho misturado com um sorriso de gozo. Achas piada a dizer que tens medo das coisas, só para veres a nossa reação.

O primeiro medo que me recordo foi em dezembro, quando a Câmara Municipal da nossa terrinha lembrou-se de assinalar o Natal com um coelho da Páscoa... (a sério, em vez do pai Natal estava um homem mascarado de coelho cor-de-rosa a interagir com as crianças). Quando o viste começaste logo a dizer «Tem medo», com um sotaque francês. 

Máscara igual à do "Coelho de Natal"

Depois foi em Nova Iorque em plena excitação da Times Square, a mamã meio eufórica a tirar selfies do tipo "I did it! Estou em Times Square minha gente!! Yupi!" e ao meu colo berravas e dizias ao mesmo tempo «Tim medo do Micki» (tenho medo do Mickey). Ainda hoje dizes que tens medo do Mickey sempre que te lembras dos mascarados de Times Square.

Mascarados de Times Square - o famoso "Micki"

Na Feira de Maio, o mesmo coelho cor de rosa (do Natal) apareceu-nos à frente e correste para os meus braços e disseste-me que tinhas muito medo do coelho (note-se que agora já é "muito" medo). A rua onde esse coelho estava, ainda hoje, te faz lembrar o coelho e ainda a semana passada nos lembraste desta história do coelho.

Entretanto já nos apercebemos que o que te dá medo não é a personagem em si, seja o Mickey, um coelho, ou até o Ruca, o que te dá medo são pessoas mascaradas.


Nas últimas semanas o medo é sinónimo de um macaco, que é um brinde antigo de um Happy Meal. Tens medo dele e nós temos aproveitado esse medo para tudo. Shame on us!! 
Tanto o pai ou a mãe usam o macaco como chantagem sempre que te portas mal, contrariando todos as leis da educação e da pediatria. Que pais terríveis! Que pais macacos! Sempre a ameaçarem a pobre menina com o macaco que lhe dá medo. "Oh Francisca se não te vestes para ir para a escola, vem o macaco e come o teu iogurte" (são coisas deste género... que vergonha)
Sei que o fazemos porque no fundo não acreditamos bem neste teu medo, achamos que é uma espécie de brincadeira que tens connosco.

domingo, 28 de junho de 2015

Desfralde #2

Afinal o desfralde está-se a revelar muito mais fácil do que eu pensava.
Durante a semana passada não houve um único descuido na escola e não fizeste nada durante a sesta.
Para além disso, em duas viagens do trabalho para casa (40Km) disseste que tinhas xixi, pedi para aguentares e quando cheguei a casa a fralda estava seca e trataste do assunto na sanita.
Nas viagens de carro, como são longas, adotámos a técnica da fralda tipo-cueca porque ainda não queremos arriscar.
Para melhorar, na noite de sexta para sábado chamaste-me às 3h porque querias ir à sanita e acordaste com a fralda enxuta, temos mulherzinha! Boa Kiki!

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Amamentação #754

Só para que fique registado.... por aqui ainda se amamenta!

Já há 754 dias!

Desfralde #1

O desfralde começou no infantário na semana de 8 de junho. Tu e as tuas amigas Clara e Mafalda iriam começar a usar cuequinhas em vez de fralda durante o dia, com excepção da hora de almoço e sesta.
Nestes quinze dias apenas houve relato de  dois dias em que a coisa não correu tão bem, numa delas porque era o 2.º dia de desfralde na outra, segundo nos contou a auxiliar Diana, querias pedir xixi mas em vez de falares estavas com vergonha e apenas chamaste a educadora sem dizer porquê e logo a seguir deu-se o "azar".

Confesso que em casa só começámos a cooperar com este plano no último fim-de-semana, já depois de termos tirado o tapete de inverno do teu quarto e de termos comprado um extra-pack de cuecas. Não tem corrido tão bem como na escola, mas em grande parte a culpa é nossa. Tu (que és tal e qual a tua mãe) és um bocadinho chatinha e enquanto brincas sozinha no quarto estás sempre a falar e vais chamando por nós, ou para abrir o pote de plasticina, ou para tirar um livro que não consegues, ou para mostrar o que estás a fazer. Como já sabemos o que a casa gasta, não vamos sempre a correr para ti e isso, numa altura de desfralde, traz consequências. 

Desde sábado que te ouço pedir com frequência para ires até à sanita e por isso tenho esperança que esta fase não dure muito tempo. Afinal desde os 8 meses que vais ao bacio e desde que fizeste um ano que não existe cócó na fralda (à excepção do episódio de Nova Iorque no Top of the Rock).

terça-feira, 23 de junho de 2015

"A mãe vai ao laaadooo"

Sempre que o pai não regressa connosco do trabalho existe logo um bom motivo para te entusiasmares a preparar a tua melhor birra. 
Ontem temi que demorássemos duas horas a sair do infantário mas resolvemos a questão em 20 minutos. Não foi fácil. Como todos os dias, não querias sair da escola e depois não querias entrar no carro. 
Agora nunca queres andar de carro. 
Quando finalmente te convenci a entrar no carro e te consegui prender, começou outra vez aquela birra do que "Não quero carrooooooo! Nãããaaooooo!", depois entrei no lugar do condutor e começou a famosa birra que dura já há 4 meses (na viagem aos EUA já tínhamos este problema):
-"Mãe ao laaadoo", "A mãe vai ao laaadoooo", "A mãe à fenti nãããoooo" 
A meio da viagem, ou seja passados 15 minutos de gritaria e lágrimas eis que conseguimos conversar e te aviso que se aquela birra continuar não vais ao baloiço com o avô e pior que vou contar ao avô que te andas a portar muito mal. 
Depois disto conseguiste aguentar o resto da viagem, ainda que de vez em quando soltasses um "A mãe vai ao lado".
Decidi até arriscar ir ao supermercado contigo, disse-te o que queria comprar no supermercado e enquanto lá andávamos ajudaste-me a relembrar de tudo (mesmo!)
- Faltam tomatis mamã.


Esta manhã tal como eu temia regressou a história da "mãe ao lado". 40 Km de berros, choro, algumas patadas na porta, quando senti por breves instantes um silêncio no carro disse-te:
- Oh filhota mas se a mamã for ao teu lado, quem é que conduz o carro?
Ao que tu respondeste:
- A mãe não!

...

domingo, 21 de junho de 2015

As duas!

"- Mãe vamos brincar com a patitina, as duas!"

Às vezes (nem eu sei porquê) tento escapar-me a uma bela brincadeira contigo, mas dizes coisas deste género e não tenho hipóteses.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Adeus avó Miquinha

Não sei que ideia irás ter um dia que te perguntarem se te lembras da avó Miquinha.
Não sei que recordações tenho dos meus dois anos.
Talvez te lembres que a vias sempre deitada numa cama e pouco mais que isso.

A avó Miquinha era a melhor pessoa que possa imaginar. Não havia ninguem como ela e duvido mesmo que exista alguém tão altruísta. Tão altruísta e preocupada com os outros que às vezes parece que o avô Eduardo era verdadeiramente seu filho. A avó Miquinha dizia que gostava muito de ti a toda a gente e a nós, cada vez que a visitámos. Dizia que eras linda, que eu era linda, que o pai era lindo. Que toda a gente que a rodeia era muito bonita.

A avó Miquinha estava deitada numa cama desde outubro do ano passado, mas já há muito tempo que sofre. Que estava farta de ter dores. 

A avó Miquinha cheirava a vinagre, porque apesar de dizer que não tinhas forças para viver, preocupava-se sempre com o seu aspeto e com a sua falta de cabelo. E penso que acreditou até ao seu último dia que o vinagre fortalecia o cabelo.

A avó Miquinha dizia "Tadinha dela" quando olhava para ti cheia de amor, da mesma forma que o fazia há mais de 20 anos atrás comigo.

A avó Miquinha tinha 91 anos de muita preocupação pelos outros, de sorriso meigo e lengas-lengas  acerca da vida e da morte. 

Já não podemos visitar a avó Miquinha aos fins de semana, mas podemos recordar o seu sorriso, o seu cheiro  e podemos ser melhor para os outros da mesma forma como ela era. Essa é a nossa maior homenagem.

Adeus avó Miquinha.


(a tua avó deixou-nos no dia 3 de junho a meio da tarde, no Hospital do Barreiro, onde estava internada já há uns dias. Momento antes o avô Costa tinha ido visitá-la e pensamos que depois desse momento ela descansou. O avô Eduardo não acreditava que avó sobrevivesse àquele dia, mas eu achei que sim e disse-lhe para levar uma foto dos teus anos. A avó não a chegou a ver.)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

2 anos!

Comentava há pouco com o pai que não me lembro de termos estado naquela casa três anos sem ti, não me lembro da minha vida de "solteira", só com o papá em casa. Ele diz que tem a mesma sensação. Já foi tanto, tanto aquilo que nos deste nestes dois anos que parece que antes nada tinha tanto sentido. 

Há quase um ano que comes de forma autónoma e são raros os momentos que nos deixas ajudar-te com a comida, gostas mesmo da tua independência. 
Há mais de um ano que o bacio é um aliado todas as manhãs, para ires mais bem disposta para a escola.
Há cerca de meio ano que falas quase corretamente com um enorme vocabulário.
Há cerca de 2 meses que ampliaste o teu vocabulário de tal forma, que sabes conjugar alguns verbos, usar expressões na altura exata, pedir desculpas no momento certo e até cantar canções tipo lenga-lenga sem te enganares.
Há quinze dias conheceste a plasticina e descobriste todo um mundo novo de brincadeira, gostas de bonecas e de simular a vida adulta como nunca, continuas a adorar legos e nem queres ver televisão quando chegas a casa, tal é a excitação de brincar no teu quarto.
Há uma semana que só falas na TUA festa e dizes que fazes dois anos e que temos que cantar os "parabéns à menina Kika" (palavras tuas).


E há dois anos que te comecei a amar tanto, de uma forma que não sabia que era possível. És muito mais do que aquilo que eu imaginei. Muito mais "tudo". E tens um sentido de humor que me faz querer rir contigo todos os dias. 
Quero muito que sejas feliz, meu doce. E sei que o és. Quero muito que tenhas saúde. E tens. Não quero mais nada.

Parabéns minha Kikanicas (expressão que significa "pequena Francisca")

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A bipolaridade - Casa vs. Escola

Em conversa com a tua educadora descobrimos que afinal a menina traquinas, rebelde, que está sempre pronta a dizer "Não", afinal é uma doçura na escola. Obedece sempre aquilo que lhe pedem, está sempre bem disposta, nunca (sim é verdade...) faz birras!!! Como é possível?!?!?! Será que o problema é nosso? Será que necessita apenas de explodir todos aqueles sentimentos que vai reunindo ao longo do dia na escola? Será que é só uma questão de libertar energias acumuladas no final do dia?
Sei que a partir do momento que a vamos buscar à escola começamos a ouvir a palavra "não" à exaustão. Não queres sair da escola, não queres sentar-te no carro, não queres que eu vá à frente no carro ao lado do pai, não queres ir para casa, (se vamos para casa) não queres ir para a rua. E quando és contrariada, és menina para te deitares no chão - da casa e também já aconteceu na rua - e berrares como se fosse o fim do mundo. E no fim... como dizia a tua educadora és a mais bem comportada da sala. Expliquem-me....

Passados uns dias voltámos a falar com a educadora, que reforçou a ideia que tinhas um comportamento exemplar, que nos contou como eras obediente, que não ias para o castigo (ou "pensar no disparate" como dizem lá pela escola) e que não haviam birras contigo.

Não entendo.

terça-feira, 5 de maio de 2015

The terrible 23 months

E sobre o que é que vamos falar hoje Francisquinha? Sobre as tuas BIRRAS!

Tenho receio de clicar na tag "Birras" e ler coisas de meses anteriores do tipo «ah e tal isto é só uma fase que está quase a passar» e concluir que já escrevi isso dezenas de vezes e elas (as birras) tendem a piorar.
«Onde é que eu errei?» Esta é a questão que mais se coloca. Seguindo a teoria do avô que os problemas estão sempre nos pais e não nos filhos eu pergunto: «Onde é que eu errei?». 

Ontem foi mais um daqueles famosos dias em que houve birra à saída da escola. Começou, é claro, com a saída da sala do infantário «Pa caja não!!!» Repetias tu vezes e vezes sem conta assim que entrei na sala. Esperei. Deixei que corresses, brincasse, chamasses a atenção e depois forcei a coisa. Agarrei-te e disse de uma forma calma: «Anda lá, vamos aos baloiços e ao escorrega»
- Não!! - disseste logo tu - PA CAJA NÃO!

Respira fundo....1...2...3... « Filha não sejas assim para a mamã, vamos brincar as duas»
(Neste momento já te tinhas apercebido que quem dominava eras tu)

Resolveste deitar-te no chão da entrada do infantário aos berros, ao ponto da Cláudia te pegar ao colo (como é óbvio foste para o colo dela sem reclamar, quando eu nem sequer te podia pegar). Mas as lágrimas não paravam «Pa caja não!!!»

A Cláudia lá te disse para ires comigo que estavam muitos meninos a brincar na rua e que podíamos ir à procura deles e lá cedeste, foste comigo até ao carro e quando o avistaste: «Carro NÃO!». Tentei esperar que te acalmasses enquanto o teu corpo mais rijo que uma prancha não me deixava colocar-te na cadeira. Passaram 10m... os teus berros ouviam-se no bairro inteiro. Mães e pais saiam felizes do infantário com os seus filhos ao colo e assistiam ao teu show com um sorriso "isso tá difícil hoje" e eu sorria também e depois olhava para ti tão zangada  que me apetecia berrar. Houve até alturas que cometi a loucura de ceder aos meus nervos e dizer-te que já me estava a passar contigo! (Amanhã tenho a Segurança Social à porta de casa) Depois contava novamente até 10.
O tempo passava.
Já estávamos quase há 20m tu aos berros eu num processo estranho entre a loucura e o querer controlar os nervos e ser a mãe perfeita. Cedi e tentei todo o tipo de negociações. «A mãe dá-te um bocadinho de queijo quando chegarmos a casa»; «Vamos aos baloiços»; «Vamos ver o cão», «Vamos ao parque», «A mamã leva-te aos Legos». Nada! Os berros continuavam.
O tempo passava.
Foi precisa alguma força e muita paciência para te conseguir finalmente prender no carro 30m depois de termos saído do infantário. 
Dou à chave e começas:
- Colha Mãe! (colo da mãe)
- Lado Mãe! (vem para o meu lado mãe)
- Carro Não!

E assim foi durante 37km.

Dizem os entendidos que estas são algumas técnicas para superar as birras:
1) Ignorar a birra, desvalorizá-la, não ligar "puto" ao que se está a passar.
Isto é muito bonito em casa... e na rua junto a uma estrada? Deixo-te sozinha a chorar no chão? Ignoro a birra e vou cumprimentar os outros pais que saem alegremente do infantário com os seus filhos bem comportados? 

2) Não ceder, não negociar, ser firme
Tento ser firme, quando digo que não vais ver o Ruca, não vês e ponto final. Mas não negociar? Ui... se não negociar, não consigo nada de ti. 
(estás a ver... esse é que foi o erro... negociaste uma vez e agora ela faz de ti o que quer, é o que estão a pensar não é). Ao fim de 30m de gritaria acreditem já estamos dispostos a oferecer uma tarde num baloiço em frente a uma tv que está a passar o Ruca com um iogurte numa mão e um pedaço de queijo na outra.

3) Distrair a criança com outra coisa
Quando nos ouvem, esta deve resultar. Mas quando a única coisa na qual estão concentrados é na sua própria voz, como conseguimos que nos oiçam? Por muito que tente falar contigo, se estiveres a gritar a ultima coisa que queres fazer é escutar-me. 
Quando estás numa valente birra, nada te distrai.

4) Voltar a dar atenção e falar calmamente quando tudo terminar
Este é talvez o único ponto que eu consigo cumprir com algum sucesso. Quando a birra termina, apesar de me arriscar a que a mesma regresse gosto sempre de falar contigo sobre o assunto e de te explicar como me sinto triste com a tua atitude. Trocamos muitos mimos depois de ires para o castigo (atenção o castigo nesta fase é apenas dizer "vai para o quarto de castigo", encaras isto como se fosse a pior coisa do mundo). Dizes-me muitas vezes «Excupa mãe»; «Gota da mãe» e eu tento não me derreter muito.

Estou longe de ser a mãe perfeita (irrita-me aquela mãe do Ruca!!!), mas quero ser melhor para ti todos os dias. E isso passa por educar-te.

Vou tentar descobrir a causa destas birras, prometo. Mas e se for apenas feitio.... isso existe?

terça-feira, 28 de abril de 2015

Kiki no seu melhor #5 e #6

Hoje ficámos as duas em casa. Ontem ao chegar a casa apercebi-me que tinhas a testa quente e fui medir a febre e disse-te: "A Kiki tem febre".
Depois de jantar quando os avós nos vieram visitar, disseste à Avó: "A Kika tem febre".
Entretanto hoje já repetiste a proeza e disseste que tinhas febre "aqui" (apontando para a axila).

Não houve qualquer outro sintoma e desde outubro que não tinhas uma pontinha de febre, resta-nos esperar que a febre se vá embora.


Hoje fui buscar um banco/degrau para procurar uma coisa num armário que está alto e perguntaste-me se era um banco e eu disse-te a razão pela qual o estava a utilizar e acrescentei "Sabes que a mãe é pequenina".
Ao final do dia enquanto arrumava a cozinha e o tal banco olhaste para mim e disseste: "-A mãe é pequenina."

quarta-feira, 22 de abril de 2015

"Um cadinho Ruca"

Cada vez que aqui venho, penso na quantidade de situações que gostaria de ter registado e que pelo facto da vida andar tão depressa não registei… Detalhes do teu crescimento e evolução que nos espantam diariamente. Somos cada vez mais brindados com comentários positivos acerca da tua maneira de ser desenrascada, conversadora e com bastante senso de humor. 
Há palavras novas todos os dias, é um facto.
Sei que hoje utilizaste a palavra “mostra” pela primeira vez: Leva Jacinto "mosta" "Liana"“Mãe leva o Jacinto para mostrar à Liliana” (a Liliana é a educadora da sala dos bebés e é ela quem te recebe todos os dias no infantário)
A palavra “Leva” também é recente no teu vocabulário, apareceu no final da semana passada quando quiseste levar um carrinho vermelho para o infantário.

Estás deliciosa Kiki, só apetece encher-te de beijos.


Ainda assim as birras são uma constante…. Baaahhhh se houve alturas em que me dizias que vias “UM Ruca mãe!” E cumprias o prometido, acenando logo em seguida para o pai “Adeus pai” e caminhando para a cama para ires dormir; agora dizes “Um cadinho Ruca, mãe” e esse bocadinho só termina quando eu decido e tu ficas a chorar pelo Ruca até adormecer.

domingo, 19 de abril de 2015

Kiki no seu melhor #4

Quando nós achamos que ainda temos um bebé e...

Fomos ao Parque contigo para andares no baloiço e em seguida fomos ver o pavão, como tu tanto gostas.


A caminho do pavão a mãe disse-te:
- Olha filhota um piu-piu!

Ao que tu respondeste:
- Não mãe, é um "merro" (melro)
...
...
...

A sério Francisca?

terça-feira, 7 de abril de 2015

Viajar é ser feliz!

Haverá vida depois de Nova Iorque?
Desde sexta que as seguintes questões não me sai da mente: “como eram os meus dias antes de começar a organizar a viagem aos EUA?”; “Para além de brincar contigo, que outras coisas fazia eu que me davam gozo”.
É que de repente (se é que tenho o direito de me sentir assim com alguém tão precioso na minha vida como tu) comecei a sentir-me vazia. Viajar é magnífico Francisca.

Viver junto dos que amamos é ainda melhor meu amor.

E viajar com aqueles que amamos é ser feliz. 

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Dia 10 - Adeus Times Square, adeus Central Park, adeus esquilos...

Este dia tinha que chegar. 
Tudo o que é bom acaba depressa. 
Too good to be true é tudo o que me cumpre dizer acerca de New York City.

Goodbye Times Square!

Acabámos de tomar o nosso último pequeno almoço no hotel (que normalmente era composto por cereais, bagels, torradas, etc.) e fomos fazer uma última vistoria ao nosso quarto. Arrumámos os nécessaires, olhámos pela janela uma última vez, respirei fundo... Para ti era apenas mais um dia de passeio mas a mamã já tinha aquele nó na garganta típico do último dia de férias. 
Deixámos as malas no Hotel enquanto fomos dar um último passeio por Manhattan, era obrigatório dizer um último adeus ao Central Park e aos teus amigos esquilos, deambular pela 5ª Av. olhando para o trânsito em tons de amarelo, atravessar Times Square e pensar que aquela não seria a última vez que nos cruzávamos e beber um Moccha quentinho do Starbucks (que já existe em todos os países, mas aqui é outra coisa).



No Central Park subimos a uma montanha de neve que se tinha acumulado e tirámos umas últimas fotos, olhei para o edifício Chrysler uma última vez, olhei dezenas de vezes para o Empire como se quisesse muito gravar aquele momento na memória. Comemos numa roulotte de rua (finalmente!), daquelas que estavam sempre sobre-lotadas de pessoal de gravata e regressámos a Queens para a épica aventura que seria atravessar NYC uma vez mais com malas, mochilas, sacos, um carrinho de bebé, uma bebé muito determinada e um Nenuco que por ser mais família que brinquedo não podia ir dentro de qualquer um dos sacos. 
O Jacinto também se despediu de Central Park

Tal como já tinha pensado deixei pendurado numa rua de Queens o meu casaco verde de Inverno, o "vai a todas", um casaco já muito velhinho que me acompanhou em tantas aventuras, mas que naquele momento só ocupava espaço. Senti um aperto no coração e passaram-me imagens de todos os sítios onde fomos "juntos": Paris, Istambul, Sevilla e agora também algumas cidades dos EUA. 

Tu Francisquinha colaboraste com a nossa ida para a Penn Station, apesar de no metro ires o caminho inteiro a dizer que querias sair do carrinho. Da Macy's à estação de comboios andámos a pé, com todo aquele arsenal de coisas e depois de alguma confusão para encontrar a linha do comboio subimos e descemos escadas com "tudo às costas". Na viagem de Manhattan a Queens o nó na garganta que trazia comigo obrigou-me várias vezes a conter as lágrimas enquanto olhava pela janela para o skyline mais lindo do mundo. Felizmente ias insistindo para sair do carrinho e eu por entre discussões, Rucas e jogos no tablet ia-me esquecendo que estávamos a caminho de casa.

Um dos autocarros que vimos nos EUA (e que tu tanto gostaste!)
Cada vez que nos cruzávamos com um autocarro começavas a cantar: 
"E a porta abre e fecha, abre e fecha, abre e fecha... no autocaaaarro!"

Correu tudo bem no aeroporto, o avião foi pontual e a viagem para casa correu muito bem. No final houve até alguns americanos que vieram comentar connosco que tínhamos uma menina muito linda e que nem tinham reparado que ia ali um bebé, porque ao contrário dos outros bebés que foram a chorar quase 6 horas, tu não incomodaste ninguém.

A viagem no seu todo correu muito bem, chegámos antes das 7h do dia 2 a Lisboa. Não me arrependo nada de termos ido os três para tão longe. Apesar das birras, cansaço e mau tempo no penúltimo dia levamos no nosso coração a experiência de ter conhecido contigo lugares incríveis e uma cidade que nos enche completamente as medidas. Se é verdade que a nossa felicidade se transmite aos nossos filhos, então sinto que cumpri em pleno o meu papel de mãe, porque ali no centro do mundo fui feliz contigo e com o pai. E é assim que as viagens fazem sentido, em pleno.

EM DESENVOLVIMENTO

FÉRIAS nos EUA......

Estou a acabar de recolher memórias para te contar, Kiki.... preciso de uns dias :)

terça-feira, 31 de março de 2015

Dia 9 - Chinatown, Little Italy, a chuva e a Grand Central

Sabia que mais tarde ou mais cedo iríamos ter o azar de nos cruzarmos com a chuva em Nova Iorque. Convenhamos que a questão de nos abrigarmos da chuva ou passear de chapéu na mão até pode ser fácil, mas com um carrinho de bebé é uma difícil tarefa (para não dizer que é impossível).

Fomos de Queens até à estação de metro Broadway-Lafayette para descermos a Lafayette street até à famosa Canal street. O objetivo era passear no coração dos bairros de Chinatown e Little Italy. 
Little Italy

No final da Mulberry street esperava-nos o Columbus Park e um parque infantil à tua espera, com poucas crianças, com todos os baloiços e escorregas disponíveis para receber a tua alegria. À nossa volta só havia chineses, a passear no jardim, a jogar dominó, no recreio de um colégio próximo ao parque, etc.
Chinatown

De seguida fomos comer uma pizza à pizzaria mais famosa de Nova Iorque, onde dizem que existe a melhor pizza do mundo, a Lombardi's Pizza. Era boa. Não era a melhor que já comemos, era talvez a melhor que já comeste, o que achas? O pai e a mãe já estiveram em Nápoles, depois voltamos lá contigo, o que dizes?


Já estávamos na última fatia de pizza quando olhámos lá para fora e reparámos que tinha começado a chover, tentámos tapar-te (contra a tua vontade) com uma manta e fomos apanhar o metro na Spring street até à Grand Central, até a chuva passar iríamos ficar por ali.

Quando chegámos a uma das estações de comboio mais movimentadas do mundo já dormias, aproveitámos para tirar fotos, apreciar a estação e visitar a loja da Apple. Não estávamos preparados para a birra que se seguiu, dei-te uma banana que tínhamos comprado algures num Starbucks e quando a terminaste começaste uma enorme birra.
Grand Central Terminal

A chuva teimava em não passar e só piorava de intensidade e por isso fomos refugiar-nos na Macy's. Era o nosso último dia completo na cidade que nunca dorme e não queríamos regressar para o hotel, por isso arrancámos debaixo de chuva para Times Square e fomos fazendo pausas nas lojas de brinquedos Toys'R'Us e Disney.

As nossas noites no hotel são cada vez mais divertidas, assim que chegas à nossa enorme cama começas a cantar e a conversar muito connosco. Começaste há pouco a ver um video do Patinho Feio e gostas muito dessa história. Comentas sempre connosco que o patinho tá a "Choái" (chorar) porque não sabe da mamã.

Temos mesmo que ir embora amanhã? :(

segunda-feira, 30 de março de 2015

Dia 8 - High Line Park, SoHo e Brooklyn

Um dia de hoje tinha dois objetivos claros, o High Line Park e a ponte de Brooklyn.

Para irmos até ao High Line Park íamos experimentar já a rota de metro que nos levaria no dia 1 até ao aeroporto sem trocas de metro. O objetivo era sair junto da Macys e verificar o trajeto a pé até à Penn Station, o que digamos era uma distância mínima que nos ia poupar muitas dores de cabeça no nosso último dia em NYC e que nos iria ajudar a gerir melhor o tempo.


Assim que chegámos ao High Line Park começaste a fazer a tua melhor birra, porque o iogurte que estavas a comer acabou e querias comer mais e por isso resolveste rebolar no chão aos berros para chamar a nossa atenção e de todos aqueles que passavam por nós. Tentámos várias técnicas até que me lembrei de te imitar e começar a fingir que estava triste e a chorar porque a minha filha fazia muitas birras. Quando dei por mim ficaste calada a observar-me e no minuto a seguir começaste a chorar porque eu estava a chorar e esqueceste-te do motivo da birra. Abracei-te e adormeceste nos cinco minutos seguintes.

High Line Park e W 15th Street

Depois continuámos até ao final do High Line Park, um jardim elevado no meio da cidade, até ao Chelsea Market. Não quisemos almoçar por lá porque estavas a dormir há pouco tempo e decidimos continuar pelo SoHo em direção a Tribeca. Queríamos visitar o bairro da Carrie da série que a mãe tanto gosta "Sex and the City" e acabámos por almoçar por lá, num restaurante muito bonito e calma, que fica na rua da casa da Carrie - na Perry Street. Acordaste quando nos sentámos à mesa e comeste connosco uma lasanha e uma massa.

No meio da Ponte de Brooklyn

Ponte de Brooklyn <3

Atravessámos depois Tribeca em direção ao City Hall e à ponte de Brooklyn, que nos supreendeu porque era ainda mais bonita e emblemática do que aquilo que imaginávamos. Tirámos dezenas de fotos enquanto acumulávamos uns 15 Km nas pernas.

Tu a brincares com o papá no escorrega.

Quando chegámos ao parque infantil de Brooklyn Heights já quase não tínhamos energias. Tirando tu, claro, que parecias estar mais feliz que nunca naqueles baloiços com vista para a zona financeira de NYC. Podia estar ali toda a tarde. Imaginei-me a viver ali e a ir contigo até aos baloiços todos os dias. Ter a estátua da liberdade, o One World e a ponte de Brooklyn como pano de fundo ainda hoje me parece um sonho.  
Brooklyn Heights Playground

Já te disse que Nova Iorque é uma cidade absolutamente maravilhosa?

Depois de Brooklyn fomos até até à zona da Washington Square e jantámos num tailandês.