quarta-feira, 15 de julho de 2015

25 meses e meio

Os dias têm passado a uma velocidade vertiginosa desde que fizeste dois anos.
Foram vários os momentos que dei por mim a pensar: devia anotar "isto" em algum lado para me recordar depois. 

Passámos de frases de três ou quatro palavras para conversas. O nosso dia a dia é acompanhado de expressões: 
- «Mãe, o qué ito?» (o que é isto) 
- «Mãe, tás a fajê?»( o que estás a fazer?)

E todas as manhãs enquanto me maquilho, perguntas: 
- «Mamã tás a pintar, mamã?» (o que estás a pintar?) 
Gosto da repetição da palavra "Mamã no início e no fim das frases.

Pedes-me para brincar contigo quando chegamos a casa, todos os dias. Não queres ir ao parque, nem passear. Queres sim perder-te no teu mundo de brinquedos e se possível que eu esteja disponível para ti. Completamente disponível. 
Admito que às vezes não me sinto a melhor mãe do mundo, porque levo o meu iphone comigo para todo lado, inclusive para o teu quarto (shame on me), e enquanto brincas eu vou ficando a par do que se passa no mundo através do telefone. O teu bom senso e exigência como filhota fantástica já me chamaram várias vezes à atenção: «Mãe xenta aqui... o telefone não!». Como quem diz "mãe senta-te aqui ao pé de mim, mas não tragas o telefone, quero a tua atenção só para mim". Isto torna-te ainda mais deliciosa e faz-me sentir mal. Porque queria ser melhor para ti, queria estar (ainda) mais disponível, mas também queria mais tempo para mim...

Tenho ainda que mudar muitas das minhas rotinas semanais. Apesar de exigires a minha atenção no intervalo 19h-23h, tenho que encontrar espaço para as tarefas da nossa casa e para ser sincera, tenho que encontrar espaço para mim, porque às 23h muitas das vezes já não consigo manter os olhos abertos, ou pensar muito... 

Estás grande Francisca, crescida. Às vezes fazes um ar de gozo a negar qualquer tipo de afeto da nossa parte e no minuto a seguir já estás a pedir beijinhos à mãe.

A prima Luísa vai ter um mano e os teus colegas Diogo e Mafalda também. Por esse motivo, é comum ouvir-te pedir: "Qué um mano!" Ou como perguntaste ontem: "Mamã o bebé na baíga"? (Mãe tens um bebé na barriga?). E quando vês as tuas fotos de bebé, dizes-me que queres um bebé assim, como tu eras. E dizes todas estas coisas com uma certeza e conhecimento de menina grande, não te sinto a dizer isto porque sim, ou porque te pediram para repetir.
Ainda há quem diga que nesta altura não têm a noção do que é ter um mano.

Continuas a exigir muitas das vezes (senão em todas) que vá ao teu lado no carro, com a minha cara inclinada na tua direção para que possas fazer festinhas durante todo o caminho, por vezes acrescentas: "Mãe, dá beijinho".
És traquina e amorosa ao mesmo tempo. 

És muito mais especial do que alguma vez eu imaginei que irias ser.



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