sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Sexta-feira 13

Não ligo a superstições de sexta-feira 13, não gosto de pensar negativo em nenhuma altura. Mas a noite da última sexta-feira 13 foi uma noite de azar para tantas pessoas que desfrutavam da noite parisiense...
Quero falar-te nisto, porque não sei como vais estar o mundo daqui a alguns anos Francisca. Não sei o que te vou dizer acerca do terrorismo quando fores mais velha. Não sei como te vou proteger. Não sei como te vou explicar o que é que está a acontecer quando tiveres perguntas para me fazer. Por isso escrevo-te quando os sentimentos ainda estão mornos. Preferi fazê-lo hoje.
Tinha-te deixado na casa da avó para jantares por lá, e caso quisesses para dormir, e estava a caminho da pizzaria com o pai quando o telefone do pai recebeu uma mensagem que nos avisava que tinha havido um atentado em Paris. Desde esse momento até irmos dormir ficámos a seguir as notícias. Fiquei a pensar no presente e no futuro e tive medo. Não há raça, nem religião de homens maus, há um fanatismo absurdo que os move. Eles existem Francisca e felizmente são raros.
Estou atenta ao que se passa no mundo e também sabia que os últimos tempos tinham sido atingidos por tantos outros ataques menos mediáticos. Este não é mais importante porque foi em França. É mais mediático e somos obrigados a pensar nele logo assim que ligamos a tv ou a rádio, ou vemos a primeira página de um jornal. É ali ao lado filha! É onde a mamã diz quase todos os meses que não se importava de voltar.

Espero que cresças num mundo um pouco melhor, apesar de me parecer que estamos a caminhar exatamente para o contrário disso. Espero que possas visitar países para onde eu já desisti de viajar e que estes não estejam destruídos pela guerra. Espero que quando estiveres a falar para a tua filha o faças num mundo mais pacífico, mais tolerante e onde a religião ou a raça não são usados como desculpas para ferir outras pessoas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

É Natal, é Natal (ah espera.... ainda não é...)

O Natal entrou na nossa casa e outubro. Não sei qual o dia.
Até nasceres, ou até ter a minha casa o Natal não me dizia nada, há quem diga que se deve ao facto de fazer anos a 23 de dezembro. Até essa altura tudo me irritava no Natal e me deixava deprimida, as músicas, a árvore, a azáfama nas ruas. Para mim o Natal sempre esteve ligado às crianças e o facto de não ter crianças na família durante muitos anos levou a que a mãe não morresse de amores por esta altura do ano.
Agora é diferente. Imagino sempre a nossa árvore de natal e a tua alegria ao ver os presentes. Imagino os nossos bolinhos de natal feitos em conjunto, o teu sorriso ao ver pela primeira vez a árvore de natal sabendo o seu significado. Digamos que no ano passado achaste tudo muito bonito, mas faltava-te a sabedoria que os 2 anos te trouxeram. Faltava-te desejar muito que o dia 24 chegasse, este ano tens isso tudo e muito mais.
Mas como te ia a dizer, um dia destes, cansada de te ver a pedir tudo aquilo que dá nos intervalos dos desenhos animados disse-te que no natal, se te portasses bem, talvez pudesses receber o comboio do avô da porquinha Peppa, a fábrica de plasticina da porquinha Peppa (aquela que pedes todos os dias), o Nenuco e o berço, a caravana da Barbie, a casa da neve do PinyPon e tantas outras coisas. Para ajudar à festa o mais recente cd do Panda e dos Caricas tem uma música de Natal que, por acaso, é a tua favorita.
Chego a fazer viagens de 37Km com a música em modo repeat. Não é fácil.
Cada vez que portas mal, a chantagem de que o pai natal pode estar a ver e a não gostar das tuas atitudes tem resultado. Por enquanto…
Resumindo: estás desejosa que chegue o Natal!

Como o pai vai para o Peru na próxima semana, pela primeira vez em 31 anos vou montar a árvore de Natal antes de dezembro, para que o possamos fazer os 3.
E viva o Natal!

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Má educação? Muito mimo?

Não é difícil ser tua mãe Francisca. Todos os desafios que me dás diariamente não têm, a meu ver, qualquer problema. Respondes-me torto quer estejamos ou não acompanhados, bates-me e chegas até a magoar-me, fazes birras sem razão aparente e dizes que não só para ser do contra. Má educação? Talvez seja aquilo que os outros pensam quando ouvem ou vêem na primeira pessoa estas histórias. Muito mimo? Todo aquele que te consigo dar sem nenhum pingo de arrependimento. Para além destes “desafios” não me dás, nem deste noites sem dormir, estás sempre disposta a comer seja que tipo de alimento for, tens uma enorme auto-estima, és perspicaz, auto-confiante. Sabes falar desde muito cedo e questionas tudo e todos. Desde os dois anos que não usas fraldas e utilizaste-as apenas para fazer xixi depois dos 10 meses. Estás (quase) sempre a sorrir e a cantar. És feliz. Má educação? Don't think so.