sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Casa Vazia

Desde sempre que ouvimos falar que ser mãe também é sentir um aperto no peito quando os nossos filhos estão longe de nós. Quando essa situação não passa de uma hipóteses ou de um momento que está para acontecer, chegamos mesmo a pensar que não vai custar nada, que vai ser tão bom estar umas horas "livre" e que "já estão mais velha, já custa menos". Mas chegando o momento de vos deixar, custa sempre.
Ontem enquanto choravas por te deixar na casa da avó eu respondia que entendia porque te estavas a sentir assim, eu também não te queria largar, mas não o demonstrava. Sabia que era o melhor para ti e para a mana Carlota porque assim não teria que vos acordar cedo para vos entregar aos avós para irem os 4 para ao Algarve. Não queria largar-te Carlota, porque queria que me acordasses a meio da noite para ires para a minha cama e sentir os teus pés gordinhos a tocarem-me. Todas as vezes que dormiram sem nós, e foram muito poucas as vezes, me deixaram sempre com a sensação de casa vazia.
Quando passaram aquela semana de junho com os avós, consegui recuperar muita energia e aproveitei para não fazer "nada", mas a primeira e a segunda noite são sempre duras porque parece que continuam ali em casa nas vossas camas, mas falta o barulho... Não me interpretem mal! Também gosto de estar sozinha!
Durante o dia, quando estão na escola, raramente dou por mim a preocupar-me convosco. Mas quando estão no parque, no Algarve, no Alentejo ou em qualquer outra parte sem nós estou sempre preocupada. Sempre. Não tem a ver com a confiança que tenho nas pessoas que estão convosco, neste caso os avós. Não consigo mesmo estar descansada e tudo me preocupa, os parques infantis, o mar, as viagens de carro, as passadeiras nas estradas, tudo.
Aproveitem bem estes três dias e criem memórias com os vossos avós. Se eu pudesse agora também estaria a criar memórias com os meus!

Beijos minha Francisca especial e meu potinho de mel


quarta-feira, 28 de agosto de 2019

O último desmame

Já passaram duas semanas e por isso já posso afirmar com alguma certeza. Deixei de amamentar a Carlota.

É uma alteração na minha rotina mais que necessária, mas nem por isso deixa de ser difícil de aceitar. Já não queria, já não me sentia confortável e não fazia sentido estar mais de 30 minutos na tua cama Carlota a adormecer-te na maminha. A maminha não era só mimo e conforto, era também a "bengala" para adormeceres e isso não fazia sentido. Já há mais de uma semana que me queixava com dores e tu não querias saber. Um dia, uma segunda-feira à mesa, a mana Francisca perguntou se eu ainda tinha dores nas maminhas e eu disse que sim. Dei por ti a estares atenta àquela pergunta e resposta. Nessa noite, para meu espanto disseste que não querias maminha e que podíamos ler um livro as duas, passaram duas semanas e não voltaste a pedir. Há três dias perguntaste-me antes de te ler a história: "ainda tens dói-dói nas maminhas, mamã?" E eu não sabia qual era a tua intenção e menti. Disse que ainda me doiam.
Depois de quase 3 anos a amamentar-te todos os dias, senti que já não tinha um bébé, senti que nunca mais iria saber o que é ter um bebé em casa. Podia sentir-me livre, mas senti-me apenas nostálgica.