E lá passou mais uma noite daquelas difíceis, daquelas que
julgo que muitos pais terão durante os primeiros meses de vida dos filhos,
daquelas em que nós por falta de hábito julgamos serem noites horríveis e
juramos não aguentar mais.
Desta vez, apesar dos teus berros estridentes eu
estava extremamente calma e tentava decifrar o teu choro (não era difícil, ou
era uma horrível dor por causa dos dentes, ou era uma dor horrível por causa
dos dentes). Tentei tudo para te acalmar, dormir agarrada a ti, dar-te um
biberão de leite, conversar contigo, dar-te colinho de pé, ir para a sala às 5h
ver os desenhos animados, dormir contigo no sofá, colocar-te um benuron, por bálsamo
nas gengivas, mas desta vez nada resultou. Dormias cerca de 20m e acordavas
incomodada.
Dei por mim a pensar que antes de te ter já me tinha mentalizado
para noites em branco, berros a meio da noite, discussões com o pai por nenhum
acertar na razão do choro, mas que afinal não aconteceu nada disso. Nasceste e
logo na primeira noite deixaste-nos dormir uma série de horas de seguida.
Na primeira semana já devias fazer umas 8h seguidas sem me acordar. Nos últimos
tempos, estas noites seguidas podem durar semanas, mas lá existe uma ou outra
em que os malvados dentes resolvem incomodar-te e lá vens tu para o mimo da
cama dos pais. Na última noite nem isso te valeu. Os 4 primeiros molares estão
aí, e já só falta sair um cá para fora e receio que seja esse que te está a
magoar.