segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Primeiros pré-molares

E lá passou mais uma noite daquelas difíceis, daquelas que julgo que muitos pais terão durante os primeiros meses de vida dos filhos, daquelas em que nós por falta de hábito julgamos serem noites horríveis e juramos não aguentar mais. 

Desta vez, apesar dos teus berros estridentes eu estava extremamente calma e tentava decifrar o teu choro (não era difícil, ou era uma horrível dor por causa dos dentes, ou era uma dor horrível por causa dos dentes). Tentei tudo para te acalmar, dormir agarrada a ti, dar-te um biberão de leite, conversar contigo, dar-te colinho de pé, ir para a sala às 5h ver os desenhos animados, dormir contigo no sofá, colocar-te um benuron, por bálsamo nas gengivas, mas desta vez nada resultou. Dormias cerca de 20m e acordavas incomodada. 
Dei por mim a pensar que antes de te ter já me tinha mentalizado para noites em branco, berros a meio da noite, discussões com o pai por nenhum acertar na razão do choro, mas que afinal não aconteceu nada disso. Nasceste e logo na primeira noite deixaste-nos dormir uma série de horas de seguida. Na primeira semana já devias fazer umas 8h seguidas sem me acordar. Nos últimos tempos, estas noites seguidas podem durar semanas, mas lá existe uma ou outra em que os malvados dentes resolvem incomodar-te e lá vens tu para o mimo da cama dos pais. Na última noite nem isso te valeu. Os 4 primeiros molares estão aí, e já só falta sair um cá para fora e receio que seja esse que te está a magoar.
Ontem, foi o baptizado do Guilherme. 

A tua primeira festa oficial, com direito a falta de paciência para estares parada a ouvir a missa, dormir no colo chique da mamã (que estava maquilhada como ainda não tinhas visto) e brincar com uma série de meninos desconhecidos, sempre com um enorme sorriso na cara, acompanhados de uma vista fantástica que só a praia do Rosário tem.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

"Pé"

Há uns meses “Pé” significava para nós os desenhos animados do Baby Tv - Hippa Hippa Hey-, mas cedo nos apercebemos que já não tinhas pachorra para aquilo e dizias sempre que não cada vez que passavam na tv. Mas... continuavas a pedir o "pé". 

Pensámos então que seria iPad porque apontavas para lá. Mas depois percebemos que qualquer plataforma (tv, iPhone, iPad) era “pé”.


Agora já percebemos o que significa…
PÉ – desenhos animados SÓ do Baby TV (não aceitas nenhum outro canal), ou videoclips infantis do Baby TV e também as canções do youtube (“canções da carochinha”, “jardim de infância” e por vezes do avô cantigas). 
Nem todos os videoclips são “Pé”, há canções que não servem para esse estatuto.


Os teus “pé” favoritos são as músicas com mais ritmo do Baby TV que têm alguma coreografia ou que falam de zonas do corpo, ou de animais que tu já conheces bem. Adoras “A loja do mestre André e o “Come a papa Joana” e quando ouves os primeiros acordes de uma destas músicas, dizes logo se é a música do papá ou da mamã… (chegaste a esta associação entre os nossos nomes e as músicas sozinha).

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Os terríveis 15 meses

No final da semana passada tiveste novamente as tuas febres dos dentes e por isso fiquei contigo um dia em casa. Foi complicado... à medida que os meses passam, estes momentos em que estamos sós tornam-se mais difíceis porque gostas de testar todos os meus limites, de brincar com a minha paciência e de fingir que choras sempre que és contrariada. Agora que não estás aqui comigo tudo me parece mais simples e bonito, mas tenho noção que têm sido dias complicados e que nem sempre tenho a calma que gostaria de ter. 
Este fim-de-semana optámos por levar-te à festa de tarde, mas por pouco tempo. Não queres estar no colo, não queres estar no carrinho e queres caminhar sozinha (nada de dar a mãos aos pais). Quando te dizemos "não" gritas e quando tentamos, ao invés de te contrariar, mostrar-te outras opções (ainda) não ligas nenhuma e continuas com os teus gritinhos de revolta. 

Mas ao mesmo tempo tens o sorriso mais maroto e bonito que já conheci. Este sorriso faz com que todo o cansaço valha a pena. Vales tanto a pena, pirralhinha.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A primeira Festa da Moita (à séria)

No ano passado tinhas apenas 3 meses e foram poucas as vezes que fomos até à Festa nas horas de ponta. Lembro-me que demos alguns passeios durante o dia, a mamã ainda estava de Licença e tinha todo o tempo do mundo para passear contigo pela Moita engalanada.

Na sexta decidimos levar-te à abertura da Festa, sem qualquer tipo de receio dos foguetes, afinal como moiteira já deverias estar habituada aos morteiros que ditam a inauguração de 10 dias de festa. Reagiste bem a tudo... bem demais! Estavas muito contente e não querias parar um pouco sentada no teu carro. Querias andar a pé de mão dada connosco para todo o lado. Depois encontrámos a Luisinha e ainda ficaste mais feliz, luzes, balões, crianças, barulho e a prima Luísa, que mais poderias querer? 
Decidimos que irias dormir na casa dos avós (a muito custo confesso), uma situação win-win portanto. A mãe e o pai relembram as suas noitadas de festa e tu ficas com os teus avozinhos. Às vezes ainda tenho aquela parvoíce de pensar que gostas mais de estar com eles do que connosco, ridículo, eu sei.

No sábado fiquei a saber que dormiste até às 10h sem nunca teres chamado por mim, nem mesmo quando acordaste (!!). À noite fomos dar mais um passeio até à festa com outros bebés, o Francisco e o Guilherme, em idades bem mais fáceis que a tua, que só tinhas vontade de andar a pé tropeçando nas milhares de pessoas que andavam pelas ruas da Moita. Acabaste por adormecer nos meus braços quando estávamos já de regresso a casa.

Escusado será dizer que apesar de te teres deitado à mesma hora de sexta, no domingo acordaste às 7h30. Porquê, pergunto eu. Porque é que quando estás em casa e a mãe precisa de dormir acordas a chamar por mim a esta hora? À tarde voltámos à festa com a Bárbara e voltei ver aquele brilho nos teus olhos por andares a passear numa terra cheia de música e cor. Ainda consigo ouvir as tuas gargalhadas. 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

"Guta", "Ioguta", "Má"

Já há mais de duas semanas que a palavra de ordem é "Ioguta", ou "Guta" (Iogurte).

Habituaste-te a comer um iogurte quase todas as manhãs quando saímos de casa ou quando chegas ao final do dia e tens fome. E por esse motivo, gostas de me relembrar quando nos aproximamos da porta da rua que queres comer um e começas a gritar "Ioguta" ao mesmo tempo que danças e sorris que nem uma tontinha. 

Ontem surpreendeste-me porque quando terminaste o iogurte, em vez de desatares a chorar ou a fazer beicinho (sim, acontece frequentemente), disseste "Má" e sorriste e eu perguntei «Queres mais?» e tu começaste novamente a fazer a dança do "Guta".

Tenho que filmar, o ritual é o máximo :) 

Marota

A minha menina está uma crescida e uma marota.
É este comentário que faço quase todos os dias a quem me pergunta por ti.

Sinto que esta semana começaste a andar com mais segurança, tanta que por vezes até corres e quase cais pela casa. É comum deixar-te na sala a ver tv enquanto vou prepara o jantar e dar por ti passados uns minutos ao meu lado com um objeto na mão (normalmente comandos de tv ou uma moldura). Quando se trata de uma moldura com a tua fotografia, bates no peito e dizes "Titi" (Kiki). É impossível não "derretermos" com tanta doçura! Tens uma certa mania de me bateres na cara, que é coisa para me deixar desorientada a pensar «onde é que eu errei?!», mas de seguida como já te expliquei tantas vezes que não se deve bater e que devemos dar miminhos, fazes-me festinhas e começas a dar-me beijinhos e eu não aguento. Não aguento Francisca. É tão bom!

A loucura do baloiço continua, por ti era "babu" (como tu dizes) e parques infantis todos os dias!


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Obrigada

Estou novamente a atravessar a fase em que contesto tudo e todos. Em que me sinto só e ao mesmo tempo é assim que quero estar. Em que quero largar tudo e fugir contigo e com o pai numa auto caravana e viajar pelo mundo. Numa fase em que não gosto de mim quando me vejo ao espelho (estou há alguns dias a tentar tirar uma foto para o cartão de sócia do Sporting e sinto-me horrível em todas), não gosto desta barriga que resolveu aparecer quando tu já tinhas quase 1 ano e que parece que veio para ficar. Em que me sinto triste.

Acabei de comprar um novo iPhone e por esse motivo estive a fazer uma limpeza às fotos desde 2011 e nessas fotos vi muitos sorriso, muita alegria, viagens de sonho a Istambul, À minha Sevilla, uma roadtrip pelo sul de Itália, momentos de Singstar com amigos, o nascimento e primeiros 15 meses de uma fantástica bebé que me enche o coração de amor. E aí pensei... mas estás a queixar-te do quê? 

Obrigada vida.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Ainda o Flamenco...

É rara a vez em que ao escutar uma música aflamencada ou ao ver uma vídeo da minha Maestra não me emociono. O flamenco dava-me um prazer imenso e apesar de não ter qualquer tipo de aptidão para praticá-lo (à excepção de decorar facilmente a questão dos ritmos e passos a dar) sentia-me verdadeiramente feliz a dançar. Sentia-me descomprimida e leve, muito leve. Gostava que um dia tivesses também este gosto, este ou outro que te fizesse sentir assim.
O pai defende que deveria retomar as aulas, eu acho que não tenho tempo suficiente para estar contigo quanto mais para dançar e isso deixa-me triste. E depois tenho aquela alma de tio patinhas que me leva a estar sempre a pensar em dinheiro, o que não ajudar. Hoje sonhei que ia comprar uma falda de ensayo nova (a minha já é tão velhinha) para retomar as aulas de flamenco, no fundo não sei se tenho coragem para mudar uma rotina que ainda nem sequer consegui criar.
Tomei a decisão de interromper o flamenco assim que soube que estava grávida, mas agora tenho pensado muito acerca do assunto e acho que é provável que o tenha interrompido para sempre e apesar de ser por ti que o faço, não me arrependo nunca de prescindir de umas horas de baile pelos teus sorrisos, até pelas tuas birras.


Acho que no fundo vais perceber um dia, Francisca, que todas as grandes paixões são assim… fazem-nos sempre sofrer um pouco de tão grandes que são. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Quando comecei este blog, pensei em fazê-lo como se estivesse a comunicar contigo, sendo tu ainda um bebé pequeno. No entanto, às vezes dou por mim a falar-te de temas complexos, de coisas que tu ainda não entendes nem irás entender nos anos que se avizinham.

E depois há as coisas que eu nem quero que entendas, nem que conheças, mas preciso de transmitir-te o que sinto.

Tenho por norma o hábito de ser egoísta quando se trata de partilhar páginas de ajuda no Facebook ou quaisquer outras redes sociais. Não é que não me preocupe. Não é que seja indiferente. Sou egoísta e prefiro não saber o que se passa. Nunca achei justo que bebés ou crianças adoecessem, parece-me uma crueldade. A lei da vida não é essa. Não pode ser essa, caramba!

Ainda assim, e desde que fui mãe, sempre que notícias como a de ontem se cruzam comigo tenho tendência a ficar muito emocionada e o pensamento de que estás bem e és uma menina saudável torna-se numa imensurável gratidão pela vida. E ao mesmo tempo um medo gigante invade o coração da mãe, que fica muito apertadinho a desejar não ouvir falar mais na doença da moda (como eu lhe chamo).


Não te quero assustar meu amor, quero apenas que saibas que te amo tanto que me torno frágil.       

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Adormecer-te aos 15 meses

Meu amor maior,

Adotámos há cerca de um mês (talvez mais) uma nova tática para te adormecer.

Já há alguns meses que longe dos fundamentalismos dos métodos Estivill ou Ferber (me) te habituei a adormecer nos meus braços todas as noites. Nos meus ou nos braços do papá. Sem arrependimentos. No entanto, tendo em conta os 10kg que pesas, a ideia começou a não ser assim tão boa, até porque para estares ao colo sossegada convém que eu esteja em pé, e não comodamente sentada a ver a minha série favorita :)

Assim, houve um dia que me lembrei de te deitar na nossa cama e de me deitar ao teu lado até que adormecesses. Esta técnica tem corrido bem e não tenho palavras para explicar o prazer que sinto quando estamos as duas aninhadas. O único senão é que na maioria das vezes este momento dura uma hora e quando chego à sala já o pai está meio adormecido e eu já perdi a vontade de me dedicar aos meus hobbies ou até às tarefas domésticas. Ontem, talvez um pouco influenciada pela questão dos maus hábitos blá blá blá decidi colocar-te na tua cama, com uma pequena luz de presença, começaste a chorar tanto que até soluçavas, como se estivesses zangada comigo.

Que se lixe… afinal tens o resto da vida para dormir sem a mamã, porque não havemos de aproveitar agora estes nossos momentos e dar milhões de beijos uma à outra antes de adormecer. Sei que estes momentos contigo são únicos e que a vida é demasiado breve para nos arrependermos de passar tanto tempo sem fazer nada, quando o fazer nada se trata de mimar os nossos filhos.