segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Ainda o Flamenco...

É rara a vez em que ao escutar uma música aflamencada ou ao ver uma vídeo da minha Maestra não me emociono. O flamenco dava-me um prazer imenso e apesar de não ter qualquer tipo de aptidão para praticá-lo (à excepção de decorar facilmente a questão dos ritmos e passos a dar) sentia-me verdadeiramente feliz a dançar. Sentia-me descomprimida e leve, muito leve. Gostava que um dia tivesses também este gosto, este ou outro que te fizesse sentir assim.
O pai defende que deveria retomar as aulas, eu acho que não tenho tempo suficiente para estar contigo quanto mais para dançar e isso deixa-me triste. E depois tenho aquela alma de tio patinhas que me leva a estar sempre a pensar em dinheiro, o que não ajudar. Hoje sonhei que ia comprar uma falda de ensayo nova (a minha já é tão velhinha) para retomar as aulas de flamenco, no fundo não sei se tenho coragem para mudar uma rotina que ainda nem sequer consegui criar.
Tomei a decisão de interromper o flamenco assim que soube que estava grávida, mas agora tenho pensado muito acerca do assunto e acho que é provável que o tenha interrompido para sempre e apesar de ser por ti que o faço, não me arrependo nunca de prescindir de umas horas de baile pelos teus sorrisos, até pelas tuas birras.


Acho que no fundo vais perceber um dia, Francisca, que todas as grandes paixões são assim… fazem-nos sempre sofrer um pouco de tão grandes que são. 

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