quinta-feira, 2 de abril de 2015

Dia 10 - Adeus Times Square, adeus Central Park, adeus esquilos...

Este dia tinha que chegar. 
Tudo o que é bom acaba depressa. 
Too good to be true é tudo o que me cumpre dizer acerca de New York City.

Goodbye Times Square!

Acabámos de tomar o nosso último pequeno almoço no hotel (que normalmente era composto por cereais, bagels, torradas, etc.) e fomos fazer uma última vistoria ao nosso quarto. Arrumámos os nécessaires, olhámos pela janela uma última vez, respirei fundo... Para ti era apenas mais um dia de passeio mas a mamã já tinha aquele nó na garganta típico do último dia de férias. 
Deixámos as malas no Hotel enquanto fomos dar um último passeio por Manhattan, era obrigatório dizer um último adeus ao Central Park e aos teus amigos esquilos, deambular pela 5ª Av. olhando para o trânsito em tons de amarelo, atravessar Times Square e pensar que aquela não seria a última vez que nos cruzávamos e beber um Moccha quentinho do Starbucks (que já existe em todos os países, mas aqui é outra coisa).



No Central Park subimos a uma montanha de neve que se tinha acumulado e tirámos umas últimas fotos, olhei para o edifício Chrysler uma última vez, olhei dezenas de vezes para o Empire como se quisesse muito gravar aquele momento na memória. Comemos numa roulotte de rua (finalmente!), daquelas que estavam sempre sobre-lotadas de pessoal de gravata e regressámos a Queens para a épica aventura que seria atravessar NYC uma vez mais com malas, mochilas, sacos, um carrinho de bebé, uma bebé muito determinada e um Nenuco que por ser mais família que brinquedo não podia ir dentro de qualquer um dos sacos. 
O Jacinto também se despediu de Central Park

Tal como já tinha pensado deixei pendurado numa rua de Queens o meu casaco verde de Inverno, o "vai a todas", um casaco já muito velhinho que me acompanhou em tantas aventuras, mas que naquele momento só ocupava espaço. Senti um aperto no coração e passaram-me imagens de todos os sítios onde fomos "juntos": Paris, Istambul, Sevilla e agora também algumas cidades dos EUA. 

Tu Francisquinha colaboraste com a nossa ida para a Penn Station, apesar de no metro ires o caminho inteiro a dizer que querias sair do carrinho. Da Macy's à estação de comboios andámos a pé, com todo aquele arsenal de coisas e depois de alguma confusão para encontrar a linha do comboio subimos e descemos escadas com "tudo às costas". Na viagem de Manhattan a Queens o nó na garganta que trazia comigo obrigou-me várias vezes a conter as lágrimas enquanto olhava pela janela para o skyline mais lindo do mundo. Felizmente ias insistindo para sair do carrinho e eu por entre discussões, Rucas e jogos no tablet ia-me esquecendo que estávamos a caminho de casa.

Um dos autocarros que vimos nos EUA (e que tu tanto gostaste!)
Cada vez que nos cruzávamos com um autocarro começavas a cantar: 
"E a porta abre e fecha, abre e fecha, abre e fecha... no autocaaaarro!"

Correu tudo bem no aeroporto, o avião foi pontual e a viagem para casa correu muito bem. No final houve até alguns americanos que vieram comentar connosco que tínhamos uma menina muito linda e que nem tinham reparado que ia ali um bebé, porque ao contrário dos outros bebés que foram a chorar quase 6 horas, tu não incomodaste ninguém.

A viagem no seu todo correu muito bem, chegámos antes das 7h do dia 2 a Lisboa. Não me arrependo nada de termos ido os três para tão longe. Apesar das birras, cansaço e mau tempo no penúltimo dia levamos no nosso coração a experiência de ter conhecido contigo lugares incríveis e uma cidade que nos enche completamente as medidas. Se é verdade que a nossa felicidade se transmite aos nossos filhos, então sinto que cumpri em pleno o meu papel de mãe, porque ali no centro do mundo fui feliz contigo e com o pai. E é assim que as viagens fazem sentido, em pleno.

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