Estamos na cuenta atrás para o grande dia e apesar de agora
ver a luz ao fundo do túnel, ainda me parece que o tempo não passa. Acho que
ainda não abordei aqui umas das sensações mais estranhas que tenho sentido
desde o inicio da gravidez e que me ocorre especialmente aos fins de semana que
é o seguinte… sentir que estou pura e simplesmente à espera do dia em que nos
vamos conhecer e que não sei bem o que fazer durante o dia, isto é, apesar de me
apetecer organizar fotografias e escolher algumas para álbuns, fazer crochet (a
minha nova pancada), ver séries e filmes em atraso (convenhamos que a lista de
espera é gigante), ler livros (nem falo então dos livros que tenho ganas de
ler e que “não há meio de começar”), ligar aos amigos e combinar cafés apesar
dos dias de chuva que temos tido nos últimos 6 meses, etc. há toda esta
panóplia de coisas para fazer mas parece que não há nada para fazer e dou por
mim a pensar «e se não estivesse grávida, como iria eu passar este sábado à
tarde?!»; «será que antes também sentia este tédio nos dias em que não vou
trabalhar?!», «o que faz um casal que não está “grávido” num dia livre?». Não
sei se estou a conseguir passar a mensagem, mas a sensação que tenho é uma
sensação de espera.
Mas atenção, acho que faz sentido este tempo de espera, para
que nos habituemos a esta mudança brusca de vida que é a da chegada de um bebé.
Acho que o problema está em mim e na minha maneira de ser, já que ouço toda a
gente que está neste estado a dizer que o tempo passa a voar e que não há tempo
para nada. A nossa viagem tem sido tranquila F. e espero que assim continue e
que sintas toda esta paz e tranquilidade depois de nasceres.
Estamos muito ansiosos por te ter nos nossos braços, é o que
te posso dizer.
(Enquanto escrevi este texto não paraste de soluçar, tem sido
uma sensação muito comum dos últimos dias… costumas soluçar várias vezes ao dia!)
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