Quarta-feira, 9 de Outubro, 8h00 – Saímos de casa e nem me
fui despedir de ti ao quarto. A avó já estava lá em casa, pronta a tomar conta
de ti.
Quando fechei a porta de casa senti umas lágrimas a
dirigirem-se ao canto do olho, respirei fundo e no elevador fiz um esforço por
não me emocionar. Quando pensava naquela situação nem sequer me sentia triste então porque havia de chorar. A meio do caminho, ao passar nos campos das
Lezírias, perguntei ao pai: «Se ainda não chorei até agora, provavelmente já
não vou chorar, não é?». E mal acabei de dizer isto emocionei-me a pensar na
tua cara e deixei cair umas lágrimas. O primeiro dia de trabalho foi fácil,
organizar e planear trabalho, afinal estar mais de 4 meses fora do trabalho faz
com que não hajam assuntos pendentes de resolução e com que comecemos do zero e
isso é tão bom num trabalho como o meu. É bom cair naquela ilusão de que “agora
é que é, vou ser mais organizada que nunca”!
Quando cheguei à casa da avó, ao final do dia, estavas a dormir e tivemos que esperar para te dar um abraço. Quando me viste não sorriste, nem choraste… acho até que viraste a cara! Não há dúvida que não estava à espera daquela recepção, mas ainda és tão pequenina!
Quando cheguei à casa da avó, ao final do dia, estavas a dormir e tivemos que esperar para te dar um abraço. Quando me viste não sorriste, nem choraste… acho até que viraste a cara! Não há dúvida que não estava à espera daquela recepção, mas ainda és tão pequenina!
Nos outros dias que se seguiram reagiste quase da mesma forma, ainda que já
comeces a sorrir quando nos vês ao final do dia e a avó diz que ficas triste e
resmungona às 18h porque tens saudades minhas. Não sei se acredite nisso, acho
que só me diz para que eu me sinta bem.
O fim-de-semana passado teve sem sombra de dúvida um outro
sabor, passou depressa e tentei aproveitar-te ao máximo. Confesso que estou a
gostar de regressar ao trabalho apesar de ao mesmo tempo querer abraçar-te a
toda a hora, mas há tempo para tudo e nada tem o sabor daquele abracinho no
final da tarde.
A questão da amamentação tem estado a correr muito bem até
agora. Extraio o leite suficiente para beberes no dia seguinte e segundo me
contaram tanto gostas do teu biberão quando eu não estou como gostas de mamar
quando eu chego a casa. A mãe é que anda cansada com todo este ritmo! Ainda por
cima agora é a grande cozinheira lá de casa com ajuda da nossa Bimby. Para além
disso, eu e o pai assumimos o compromisso de sermos mais organizados na nossa
casinha. Resumindo entre 5 extrações de leite por dia, 4 momentos de
amamentação contigo, o teu banhinho, o jantar, lavar e estender roupa é difícil
ter tempo para respirar.
Mas vale a pena Francisca... tu vales a pena.
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