terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O desmame

Já sabia que não ia lidar muito bem com esta nova fase e que ao mesmo tempo que sinto aquela ansiedade e felicidade por te dar uma sopa e/ou papa sinto quase que um vazio por deixar de te amamentar. É uma parvoíce, é certo, mas sinto-me assim.
Começámos este sábado com as papas e a adesão foi naturalmente boa, não fosses tu minha filha, e neta do teu avô Eduardo. Afinal também és muito gulosa e ficas muito contente quando estás a comer a papinha. A primeira papa que te demos foi  a Blédina de pêra e apesar de não gostares nada do fruto (Pêra – agoniaste-te por diversas vezes quando te tentámos dar pêra na semana passada) gostaste muito da papa.
Hoje a auxiliar confessou-me que comes melhor de dia para dia e que tem a certeza que vai ser uma linda menina a comer, coisa que eu sempre desejei.
Com o tempo filha, vais perceber que comer não é uma necessidade, é um prazer… espera só até provares um presunto numa barra espanhola.

Diz-se que nesta fase os alimentos introduzidos não são mais que a alimentação complementar e que o aleitamento materno continua a ser o alimento principal. Isto parece muito bonito, mas não é o que eu sinto… É quase como uma daquelas frases feitas de “boda molhada, boda abençoada” (ninguém tem grande prazer em casar à chuva). Começamos a dar os outros alimentos e a nossa maminha parece esquecida, ultrapassada e passada para 2.º plano. Não é bem aquilo que tu sentes Francisca, caso contrário não tinhas resolvido acordar nas últimas 4 noites por diversas vezes para mamar… (esta noite estava mesmo chateada contigo, cheguei a dizer-te “6 meses a dormir a noite toda para quê, para agora te lembrares que afinal queres comer de duas em duas horas!!!”, mas esta zanga passou no momento em que te peguei ao colo) O que eu sinto é que o desmame é como um cortar do cordão umbilical, o primeiríssimo sinal de independência da mamã.


Ao mesmo tempo que escrevo isto sinto-me ridícula.

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