Passei agora junto à porta do vosso quarto e fui ouvir a vossa respiração... descansada, em paz! Regressei ao sofá com a sensação de dever cumprido. Acho que o faço quase todos os dias.
Desde que iniciámos o desmame (da maminha como chucha da noite e não como mimo ou alimento) que tu Carlota adormeces sempre com algum choro. Uns dias mais fáceis, outros nem por isso, mas choras muito, apontas para o meu peito, dizes "Dá", "Papa" e mostras as favolas num choro de agonia como quem me pede mais. Não pode ser bebé, passas quase todas as noites cerca de 1h na maminha, dá para comer, receber miminho e muito mais, a mãe tem mesmo que ser firme.
Francisca, estás cada vez mais crescida. Não no sentido bebé grande, mas sim crescida ao ponto de nos esquecermos da tua idade. És responsável quando não o tens de ser, és uma irmã mais velha muito protetora e que oferece miminhos a toda a hora à mana. Dizes muitas vezes que a Carlota é exatamente uma mana como tu querias e que é o bebé mais lindo do mundo. Choras às vezes quando te portas menos bem, ou quando entornas alguma coisa... E nesses momentos a mãe lembra-te sempre: ainda és pequenina, meu amor, não há problema. Cada vez estamos mais orgulhosos daquilo que és e daquilo em que te estás a tornar, à medida que os dias passam a uma velocidade estonteante.
Carlota, minha doce malandra, desculpa se às vezes me ponho com comparações inúteis. Vocês são diferente e ao mesmo tempo tão parecidas. No dia em que ambas completaram um ano tinham muito pouco cabelo, quase que não dava para usar um lacinho e passado poucas semanas os vossos cabelos cresceram muito, começaram a crescer todos os dias e vocês começaram a ficar com feições mais bonitas, mais femininas e começaram a falar mais. Fiquei surpreendida com a mana e volto a estar supreendida 3 anos e meio depois contigo! No espaço de uma semana começaste a dizer: "Não há" . acompanhada do gesto; começaste a chamar mais vezes a "Tita" ainda que só lhe chames por "Ti"; pedes "Á" quando tens sede; começaste a entender muito melhor tudo aquilo que dizemos; e há cerca de dois dias que nos dizes algo que desconfiamos ser "Mamã".
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