sábado, 7 de março de 2020

Covid19

Já há mais de um mês que tenho tido vontade de vos contar o que se anda a passar em pleno 1.º Trimestre de 2020 e acho que já o devia ter feito. Primeiro, porque mudei muito de opinião nos últimos dias, depois porque tenho consciência que o assunto que está "em cima" da mesa vai ficar gravado na nossa história e daqui a uns anos todos iremos falar naquele ano negro em que apareceu um tal de coronavirus, que direta e indiretamente nos afetou a todos, prejudicou a situação económica do nosso país e (com todo o egoísmo que tenho) estragou uma das coisas que mais gozo me dá na vida. O meu motor, logo a seguir a vocês as duas. Este vírus matou as nossas férias. Hipotecou os meus sonhos para 2020. As imagens, sabores e saberes que tenho andado a ansiar há 8 meses. Ainda não cancelei a viagem mas sei que o vou fazer, porque estou convicta que a situação vai piorar nos próximos meses, ao invés de reverter. E desisti (mentalmente) desta viagem porque sou coerente com aquilo que acredito, porque me preocupo com os outros e tenho de ter responsabilidade social para estarmos protegidos em casa e não a vaguear pela Ásia. A minha felicidade em viajar durou cerca de uma semana. Sei disso porque foi o tempo que tive entre o tomar a decisão com o pai de viajar, consumir livros, informação online, youtube e tudo sobre esta viagem, marcar a viagem e saber 3 ou 4 dias depois que havia uma epidemia na China com números a aumentar de dia para dia.
Perdoem-me o egoísmo filhas... num primeiro momento só pensei nas férias, só pensei que me estavam a querer roubar o meu balão de oxigénio anual. Todos os dias entrava (e ainda entro) num site para saber se o número de infetados nos 3 países que íamos viajar estava a aumentar e ao longo destas semanas mudei tanto. Tive dias em que acreditei que o final da epidemia estaria para breve e que iríamos na mesma, tive dias em que pensei que rapidamente se tornaria numa pandemia e agora estou preocupada e triste. Perdoem-me filhas por não valorizar tudo o de bom temos e estar triste com isto, mas não seria sincera se não dissesse que estou de rastos. Perdoem-me o exagero.
Nos próximos dias dou notícias, até lá espero deixar de pensar nisto e continuar a viver a vida ao vosso lado. Vocês estão cada vez melhores, meus amores!

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